Por Rafaella Pacheco
Ao entrar nas salas de aula do UNICURITIBA, logo
acima das lousas, veremos uma plaquinha que contém os seguintes dizeres: “Educar
para formar pessoas capacitadas e comprometidas com o desenvolvimento social”. Trata-se da missão de nossa instituição de ensino que se
materializa em cada aula ministrada, em cada pesquisa, atividade, evento e
projeto de extensão realizados.
As
primeiras aulas das disciplinas que vamos cursar no semestre costumam ser
inspiradoras, é quando conhecemos nossos professores e temos as impressões iniciais
sobre o conteúdo a ser trabalhado. Foi em minha primeira aula de Ciência
Política que olhei com atenção a referida placa, com a missão da instituição,
enquanto a professora a lia com convicção. Foi em minha primeira aula de Antropologia
que me emocionei com uma exposição que promovia a reflexão sobre alteridade e
humanidade através da análise de obras de arte. Foi em minha primeira aula de Penal
que minha professora alertou sobre o poder da palavra na atuação do
profissional do Direito, e que por mais que as aulas fossem um máximo, elas
eram o mínimo num processo de aprendizado. Ou seja, a missão de nossa
instituição inicia no interior das salas de aula e se intensifica fora dela. E,
por mais que minha professora de Penal tenha razão — em que grande parte da
dedicação do acadêmico e posterior atuação social e política estejam no além
aula — as suas aulas eram, sim, um máximo, fundamentais e grandes motivadoras
de estudos e pesquisas no pós aula.
Portanto, nesta data especial, gostaríamos de exaltar
o papel destes profissionais que sobem nos tablados do UNICURITIBA todos os
dias, e compartilham seus conhecimentos, pesquisas e experiências profissionais
que, nós estudantes, levamos para nossas vidas. São profissionais que nos
chamam pelo nome; tiram nossas dúvidas nos corredores após as aulas; orientam
grupos de pesquisa e extensão; organizam eventos que visam ampliação do debate
acadêmico com questões trabalhadas em sala de aula; ministram aulas com paixão que
prendem a nossa atenção; e que acreditam e incentivam nosso potencial transformador.
Um
projeto de extensão muito importante e que dialoga intimamente com a docência,
é o programa educacional de Formação Constitucional nas Escolas idealizado
e orientado pelo professor Dalton José Borba. Ministrante das aulas de Direito Constitucional
há vinte anos no UNICURITIBA, e conhecido por seu discurso crítico e
contundente, Borba acredita que a educação aliada à participação cidadã são
fundamentais para a resolução dos problemas que enfrentamos política e
socialmente. E, foi em suas aulas que os acadêmicos do curso de Direito passaram
a se questionar o porquê do conhecimento constitucional não compor a grade curricular
básica do ensino médio — afinal, trata-se de uma instrução basilar para uma
atuação cidadã consciente. E, desta forma, a partir das reflexões advindas das
aulas do professor Dalton e o interesse — e mobilização em participar da coisa
pública — dos estudantes, o projeto teve seu início em 2015, possuindo hoje o
UNICURITIBA como seu maior parceiro e patrocinador.
O
objetivo deste programa educacional é levar de forma efetiva o conhecimento
constitucional às escolas da rede pública, para estudantes de Ensino Médio e de
Educação de Jovens e Adultos (EJA). O grupo de Formação Constitucional nas
Escolas é um programa de voluntariado que possui em torno de 80 pessoas
atuantes — entre gestor, coordenadores, monitores e voluntários. E ouvimos o
professor Dalton contar sobre o grupo e as experiências advindas dele com os
olhos brilhando, como um pai que fala com orgulho das conquistas de seu amado filho.
A formação se dá em três encontros por escola em
que temas relevantes à vida do estudante são trabalhados. O primeiro encontro
inicia-se com a Teoria da
Constituição (apresentando o que é uma Constituição; o que são Direitos
Fundamentais; e como se dá a Separação dos Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário
— nos três entes da federação). No segundo encontro tratam de temas
específicos da Constituição que dialogam com a vida em sociedade (como
racismo, homofobia, bullying, violência doméstica e drogas, explicando como a
lei trata destes temas e quais são seus respectivos os órgãos de proteção). No
último encontro, é realizado o Jogo da Eleição, uma atividade desenvolvida
em parceria com o Instituto Mais Cidadania, que é utilizado como uma ferramenta
pedagógica reflexiva sobre o processo eleitoral e sua dimensão ética. E, como
bem pontuado pelo professor Dalton, os alunos passam a olhar, através do jogo,
da perspectiva de povo para a perspectiva de candidato sobre as eleições.
Conversamos
também com as estudantes de Direito e Administradoras Gerais do Programa
Educacional Formação Constitucional nas Escolas, Ana
França e Ana Beatriz Torres Gontijo — que atuam ao lado do Administrador Geral
Otávio Augusto e do Professor Dalton. França nos contou que sua motivação em
participar do programa se deu pela pauta do grupo e pela proposta de promoção
de mudança através da educação, considerada por ela, preciosa a todos.
É nítido o retorno positivo da
aplicação do programa educacional na vida dos jovens pela curiosidade que é
despertada e demonstrada e pelo interesse em saber mais acerca do que lhes foi
dito em sala de aula. Ao longo da conversa, fazemos algumas provocações e eles
se incomodam com a atual situação do país ao ponto de quererem fazer algo para
mudar as coisas. Para quem é voluntário do programa educacional, nada é mais
recompensador que ver os olhinhos dos alunos brilhando ao se darem conta que
eles têm o poder de mudar as coisas e que o primeiro passo para isso é ter
conhecimento de nossa lei maior. Conhecimento é o poder mais precioso que se
tem e um dos gestos mais belos é poder transmiti-lo. Além de somar muita
experiência para quem deseja seguir carreira no magistério.[1]
Quanto ao
interesse em seguir carreira na docência, França afirmou que este não é um
pré-requisito para os interessados em compor o grupo de Formação Constitucional
nas Escolas. Mas, particularmente, ela se descobriu apaixonada por esta
área através do programa, comprometendo-se com o ensino constitucional para
torná-lo um direito assegurado a todos e presente na grade curricular básica do
ensino médio.
É através deste
projeto de extensão de incentivo à docência que França, Gontijo, Augusto,
monitores e voluntários do programa — todos discentes ou egressos do
UNICURITIBA — compartilham seus conhecimentos a respeito de direitos e deveres
com estudantes do ensino médio possibilitando que eles se tornem cidadãos
políticos conscientes. Este processo de compartilhamento e disseminação de
conhecimento é transformador e significativo, como vimos nas palavras de
Gontijo e França. Mas, o que gostaríamos de destacar é que tudo isso nasceu de
uma semente plantada nas salas de aula do Centro Universitário Curitiba. São nossos
professores que as plantam e estimulam nosso crescimento — seja pelo domínio do
conteúdo, preocupação com a didática, paixão pelo tema trabalhado, acessibilidade
de diálogo, e encorajamento de nossas capacidades — eles são agentes
transformadores da sociedade.
Por isso, nesta data especial, destinamos esta
matéria a todos os professores, e em especial, aos professores do UNICURITIBA
que demonstram seu amor diariamente em sala de aula. Este amor transparece em
suas aulas ministradas com qualidade e propriedade de conhecimento que nos
estimulam, como alunos e seres humanos, a sermos o melhor que poderíamos ser. E,
me permito, como redatora deste texto, finalizá-lo agradecendo a cada professor
que tive a oportunidade de ter aula, ser monitora ou orientanda em grupo de
pesquisa desta instituição, vocês me fizeram, e fazem, acreditar em meu
potencial e a caminhar, cada dia mais, em direção à docência e à pesquisa.
Obrigada ♡.
**Caso tenha interesse em participar do Programa
Educacional de Formação Constitucional nas Escolas do UNICURITIBA, hoje, dia 15
de outubro, será realizada uma reunião às 17:30 no Veg Veg (Visconde de Nacar,
655). Confirme sua presença no telefone: (41) 99556-8567.
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