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16/05/2020

Acontece no UNICURITIBA: As primeiras Bancas on-line do UNICURITIBA e a adaptação da instituição frente a períodos de isolamento social



            Desde o dia 17 de março deste ano, nossa instituição optou pela suspensão das atividades presenciais e este foi um marco para um processo de readequação à educação a distância e protagonismo das plataformas digitais, buscando a continuidade e viabilizando o comprometimento da instituição com o ensino de qualidade. Para compreendermos os desdobramentos acadêmicos deste período de isolamento social, conversamos com as professoras Eloete Camilli Oliveira e Tanya K. Kozicki De Mello.

Ser professor é saber se reinventar e não se deixar abater pelas adversidades. [1]

            A crise sanitária instalada exigiu a adoção de alternativas em vários âmbitos da sociedade, incluindo o da educação. Neste contexto, a professora Tanya reforçou que o calendário acadêmico existe como um instrumento, mas que o fim maior é que o processo de aprendizagem aconteça com qualidade. E relatou que este processo de adaptação exigiu uma abrupta familiarização com instrumentos virtuais até então não habituais. Aperfeiçoou-se a instrumentalização e capacitação do ambiente virtual do Unicuritiba, mas, em relação as atividades síncronas[2], a utilização de outra plataforma fez-se necessária, e nossa instituição optou pelo Teams da Microsoft para a realização das aulas, eventos e atividades de extensão.
           
Como os alunos, os professores também ficaram inicialmente temerosos com todas essas novidades que o momento exigiu. [...] Não é algo fácil transpor para um ambiente totalmente digital essa calibragem do quanto de volume material e como a dinâmica de aula se faz diante desse meio, exigindo um reajuste de todas as partes. Mas o comprometimento de todos os envolvidos no processo, tanto professores e alunos, fez com que a adaptação fosse realizada com maior rapidez.[3]

            Dentro dessa nova configuração, para atender as demandas acadêmicas, e aquelas específicas oriundas deste momento de crise, nossa plataforma digital, além das aulas, conta com atividades de extensão com cursos, palestras e até práticas de meditação, tudo on-line. Neste sábado (09 de maio), em 70 anos de Unicuritiba, foram realizadas as primeiras bancas on-line da instituição. Elas foram um grande sucesso, com recorde de participações de alunos, mais de 70 (setenta) — todos contemplados com horas complementares por suas presenças —, além de professores. Presencialmente a participação não superava a 12 (doze) alunos, o que denuncia o potencial dessas plataformas em tornar esse processo mais acessível.
            A Supervisora do Núcleo de Supervisão do TCC da instituição, professora Eloete, nos contou que o núcleo é responsável pelos trabalhos de conclusão de curso de Direito, Relações Internacionais, Administração, Engenharia Civil, Arquitetura e Publicidade e Propaganda. E, apenas no curso de Direito, neste semestre, há mais de 300 (trezentas) monografias para a defesa que é fundamental para a responsabilidade e para o início da atividade profissional destes alunos. E, assim como para as demais atividades acadêmicas, os professores receberam capacitações para que as demandas do TCC, como orientações e preparação para a defesa, fossem realizadas por mídias digitais (lives, e-mail e WhatsApp), proporcionando as condições necessárias para os acadêmicos concluírem os seus trabalhos.
            Quanto a experiência na realização das bancas de TCC on-line a professora Tanya as considerou interessantíssimas. Ela foi uma das avaliadoras no sábado, e acompanhou algumas bancas anteriores à sua. Pontuou o caráter extremamente inovador deste modelo, afirmando que tal experiência não comprometeu em nada a avaliação. Destacou, ainda, que a viabilização de bancas on-line permite a conciliação futura de agendas, tornando possível a participação de professores em bancas mesmo não estando presentes fisicamente no dia da realização dela.
Podemos perceber que, mesmo com todas as dificuldades que a pandemia impõe, é possível maior aproveitamento da tecnologia na educação, inclusive em termos de acessibilidade e sustentabilidade. Neste prisma a supervisora Oliveira acredita na possibilidade em se trabalhar com o ensino híbrido, onde palestras, determinados tópicos de unidades curriculares e atividades de extensão possam ser realizadas virtualmente, nunca substituindo na sua totalidade o ensino presencial.

A necessidade é mãe da criatividade, e o momento da crise nos obriga a buscar novos caminhos e soluções que até então não estavam em nossos horizontes.[4]

Como chefe do Departamento de Direito Público, Tanya, considera que muitas das ferramentas adotadas nesse período serão utilizadas no futuro. Defendeu, em termos socioambientais, a questão da possibilidade em se depositar monografias digitalmente, evitando o desperdício de papel e dispêndio de energia que o processo demanda, demonstrando-se uma alternativa viável que deveria ser implementada no futuro.
            Por fim, gostaríamos de destacar que os 70 anos de história do Unicuritiba se deu pelo comprometimento e valorização das capacidades e dedicação de pessoas — profissionais da educação e estudantes. E, ao final do primeiro dia das bancas on-line tivemos não apenas a demonstração de aperfeiçoamento e disponibilidade que o momento em que vivemos exige, mas também, de como essa história é construída por educadores apaixonados por suas profissões. Quando questionada sobre o amor à sua profissão, a professora Tanya esclareceu que se considera privilegiada em poder, a cada semestre, estar em uma sala com mais de 50 (cinquenta) pessoas que contribuem em seu reaprendizado em muitas coisas que achava que já sabia e ainda forçam-na a desaprender outras tantas que assumia como certas.
            O desfecho das bancas do sábado passado se deu por um momento emocionante, pois ali vimos uma parte importante da história do Unicuritiba em que professores reencontram seus antigos alunos na carreira profissional, como colegas de sala de aula, lado a lado em bancas avaliadoras de TCC. Completando 13 (treze) anos de docência na instituição, o professor Luiz Gustavo de Andrade, então professor de Direito Constitucional e orientador dos acadêmicos que realizaram as defesas no final de semana, foi outrora aluno da professora Tanya da mesma matéria. Ele não foi o único que, assim como tantos docentes do curso de Direito, teve a oportunidade em conviver inicialmente numa relação professor-aluno, e posteriormente como colegas e amigos da professora.
Neste aspecto, os seus 21 (vinte e um) anos de docência no Centro Universitário Curitiba permitiu o que a professora Kozicki de Mello descreveu como demonstração de carinho somada ao respeito intelectual que nutre por seus colegas. Tal trajetória possibilitou-a acompanhar o amadurecimento intelectual e a autonomia que seus dantes alunos, e agora educadores, em suas respectivas áreas de pesquisa, que buscam constante superação daquilo que aprenderam na faculdade.


IMAGEM: defesa do TCC da acadêmica do curso de Direito do Unicuritiba, Nicolly Jacob, realizada no dia 09 de maio de 2020, com os professores Luiz Gustavo de Andrade e a professora Tanya K. Kozicki de Mello.
[1] Supervisora de TCC em direito e professora do Unicuritiba, Eloete Camilli Oliveira, em entrevista ao Blog Unicuritiba Fala Direito.
[2] Atividades realizadas em tempo real.
[3] Chefe do Departamento de Direito Público e professora do Unicuritiba Tanya K. Kozicki de Mello, em entrevista ao Blog Unicuritiba Fala Direito.
[4] Chefe do Departamento de Direito Público e professora do Unicuritiba Tanya K. Kozicki de Mello, em entrevista ao Blog Unicuritiba Fala Direito.
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08/04/2020

Agenda 2030: INOVAÇÃO E TECNOLOGIA: DESAFIOS À IGUALDADE SOCIAL (ONU, ODS 9)





Maria da Glória Colucci[1]



Dentre os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, integrantes da Agenda Global 2030, o ODS 9 enfatiza a necessidade da “industrialização inclusiva e sustentável”, além de fomentar a inovação; visando “construir infraestrutura resiliente”, no enfrentamento de complexos desafios sociais.[2]

Vive-se um novo momento na comunicação, uma transição que começou pelos anos 90 e prossegue, ainda, apesar de passada mais de uma década do início do presente século; com contornos que surpreendem a cada dia. O domínio da técnica permanece como uma das marcas desta transição para a pós-modernidade que, de tão evoluída, deixou de ser, apenas, aplicação da ciência, para tornar-se Tecnologia. Somada ao materialismo utilitarista e à supremacia do individualismo narcisista, a sociedade globalizada desembocou no consumismo que destrói os recursos naturais, sem controle.

Neste contexto, quando o ODS 9 se propõe a implementar a inovação; a Agenda Global visa, acima de tudo, combater o subdesenvolvimento, construindo uma sociedade economicamente forte, igualitária e focada na promoção do bem-estar coletivo e individual. Ao serem oportunizadas condições de acesso aos direitos sociais, presentes no art. 6º, da Constituição brasileira de 1988, todos os cidadãos são beneficiados pelos avanços tecnológicos, na saúde, educação, trabalho segurança, habitação, etc.[3]

Conforme análise de Luiz Fernando Coelho, a inovação e a tecnologia andam lado a lado, e seus reflexos sociais e econômicos vão muito além do que se pode pensar:



[...] se acrescentou ao domínio da tecnologia o domínio da informação. Mas não se trata somente da introdução de novas tecnologias relacionadas com o desenvolvimento dos computadores, mas de um processo muito mais profundo que decorre do extraordinário progresso científico, em especial, os desenvolvimentos em microfísica, biologia molecular e cosmologia, e sua aplicação tecnológica nos mais diversos setores da ciência e da técnica. [4]

Em virtude das mudanças ocorridas no século XXI, na comunicação, novos espaços foram concebidos, muito além dos tradicionalmente conhecidos, cuja nomenclatura foi acrescida do denominado “espaço virtual”, no qual os limites éticos, morais e mesmo até jurídicos, “parecem” ter desaparecido... As “invasões” de diversas naturezas, a exemplo da privacidade, intimidade, matrimonialidade, capacidade contributiva e aquisitiva etc.., são frequentes, aumentando o nível de exposição dos internautas aos perigos dos procedimentos levianos dos hackers.

Em destaque, infelizmente, o fato desconcertante representado pelas falsas ideias que vicejam e são veiculadas no ambiente virtual, nem sempre se dando a atenção exigida, em razão do desconhecimento dos limites legais que existem, quanto às manifestações coletivas ou individuais, de cunho social, científico, religioso ou de outra ordem, e os possíveis danos causados ao público.

Também, notícias dão conta, com frequência, do cyberbulling, praticado contra crianças, adolescentes e jovens, cujos efeitos nefastos são de todos conhecidos. Os constrangimentos de ordem moral, pela exposição do corpo, dos diálogos e da intimidade, são desastrosos (nudes)

As investidas contra a honra, liberdade e cidadania passam, na maioria das vezes, despercebidas, por uma diversidade de causas, dentre as principais, a desinformação quanto aos riscos morais e patrimoniais e a suposta “liberdade” irrestrita, sem efetiva conscientização, dos seus malefícios:





A explosão da Internet determinou uma transformação qualitativa e quantitativa das informações e a possibilidade de comunicação imediata criou um novo domínio social do indivíduo: o poder informático. A Internet introduziu um outro elemento inovador: tornou a sociedade efetivamente transparente, possibilitando a qualquer pessoa o acesso a uma quantidade máxima de informações em relação a qualquer aspecto da vida social. [5]



Em decorrência da informalidade, da transparência e da celeridade dos meios eletrônicos, rapidamente, a adesão do grande público se verificou, sem que a sociedade estivesse preparada para os impactos causados aos desavisados, dentre os quais, crianças e adolescentes.

Novas situações foram criadas, uma vez que se intensificou o comércio eletrônico, com todos os desafios à seriedade e respeito aos direitos do consumidor.

Muitas vezes, o consumidor online compra bens que não oferecem as características divulgadas (em utilidade, cor, tamanho etc.), ou não coincidem quanto às condições de pagamento, preços, entrega, garantias e outras informações importantes para o uso do bem. É comum que ao reclamar, o consumidor não consiga localizar o espaço físico ou mesmo o responsável pelo site que disponibilizou o produto ou o serviço.

Acresce que campanhas diversas têm sido encetadas para a segurança dos meios eletrônicos no País e no mundo, procurando-se conscientizar adultos comprometidos com os valores da cultura brasileira para a necessidade de vigilância em relação aos jovens, adolescentes e crianças expostos aos perigos da Internet. Neste sentido, foi instituído o Dia Internacional da Internet Segura – 11 de fevereiro.[6]

Diversas instituições estão comprometidas no intuito comum de fortalecer e ampliar a segurança no uso das tecnologias, despertando no cidadão brasileiro o dever de colaborar (denunciando ou sugerindo medidas) para a defesa de crianças e adolescentes face ao mau uso dos meios de informação, sobretudo, os crimes pela web.

O uso benéfico da Internet é, todavia, de indiscutível valor, como ocorre com a assinatura eletrônica, de acordo com a Lei 11.419/2006, que se apresenta como digital e cadastral, conferindo veracidade ao documento, além de assegurar a autenticidade da assinatura.[7]

Neste caminho, ressalte-se a evolução e o crescimento das ciências, em geral, mediante a divulgação de novas descobertas, com o favorecimento (pelo conhecimento) às conquistas científicas, sobretudo, em saúde. Destaque-se, porém, os perigos do charlatanismo que acompanha a divulgação de fármacos “milagrosos”, de cirurgias plásticas; remédios emagrecedores etc., explorando a credibilidade dos usuários.



[1] Advogada. Especialista em Filosofia do Direito (PUC-Pr). Mestre em Direito Público (UFPR). Professora aposentada da UFPr. Professora titular de Teoria do Direito (UNICURITIBA). Orientadora do Grupo de Pesquisas em Biodireito e Bioética (desde 2001) – JUS VITAE – no UNICURITIBA. Membro do Instituto dos Advogados do Paraná (IAP). Membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Membro da Comissão do Pacto Global (OAB-Pr). Membro da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ-Pr). Membro do Movimento Nacional ODS (ONU, Pr). Membro da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia- AVIPAF. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do UNICURITIBA. Escritora e poetisa, com vários prêmios em textos jurídicos e poéticos.
[2] ONU. Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em www.nacoesunidas.org
[3] BRASIL. Constituição da República Federativa do. 1988. Disponível em www.planalto.gov.br
[4] COELHO, Luiz Fernando. Saudade do futuro. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2001, p.39-40.
[5] VOLPI NETO, Ângelo. Comércio eletrônico – direito e segurança. Curitiba: Juruá, 2001, p.21.
[6]PARANÁ, Jornal Gazeta do Povo. Dia Internacional da Internet Segura Disponível em www.gazetadopovo.com.br\blogs\educacao
[7] FREITAS, Marcelo Araújo. O processo judicial eletrônico: implicações na atuação do oficial de justiça. Curitiba: JM. Livraria Jurídica, 2011, p. 45.
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