Mostrando postagens com marcador Por Onde Anda. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Por Onde Anda. Mostrar todas as postagens

25/11/2020

Por Onde Anda: José Augusto Pedroso, Advogado.

Por Helem Keiko Morimoto

 

O Ex-aluno cedeu uma entrevista para o Blog UNICURITIBA Fala Direito. Confira:

Nome completo: José Augusto Pedroso (OAB/PR 42.986).

Ano de ingresso no curso de Direito: 2002.

Ano de conclusão do curso de Direito: 2006.

Ocupação atual: advogado (sócio Pedroso e Henrichs Advogados).

 

 Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre sua jornada profissional.

 José: Minha jornada profissional começou no segundo ano do segundo grau, quando fiz um “estágio” (mais para office boy), duas vezes na semana, em um escritório de advocacia. Parei para estudar para o vestibular e logo que entrei na Faculdade, eu já sabia que desejava exercer a advocacia. Não me passava pela cabeça outras áreas, como as de concursos e, por isso, todos os meus estágios foram em escritórios, voltados à prática da advocacia. Pouco a pouco, peguei gosto pela rotina da advocacia e fui me tornando um advogado. Ao final do curso, não me via fazendo outra coisa. Estudei arduamente para a prova da OAB e com a “carteira rosa em mãos” (2007) fui chamado para atuar como associado em um Escritório com enfoque na área de Direito Público (Henrichs Advogados Associados).

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Como se deu o início da sua trajetória no Direito Eleitoral? E quais as maiores dificuldades que percebe na área?

 José: Eu já atuava na área do Direito Público, mas não fazia muitas ações eleitorais. Porém, em 2011, passei a trabalhar como advogado associado no Escritório VGeP (Vernalha Guimarães e Pereira, hoje chamado de Vernalha-Pereira), que possui um departamento de Direito Eleitoral. Pude participar da pré-campanha do candidato Gustavo Fruet, que veio a se tornar prefeito de Curitiba para o mandato 2013-2016. Também atuei na campanha de Luiz Carlos Setim (prefeito de São José dos Pinhais entre 2013-2016) e de Marcelo Rangel (prefeito de Ponta Grossa entre 2013-2016), que venceu aquelas eleições no segundo turno, com uma pequena e emocionante vantagem de votos. A dificuldade do Direito Eleitoral é angariar clientes, já que os políticos, de maneira geral, tendem a não confiar em novatos. Portanto, o maior desafio é formar uma carteira inicial de clientes. Depois, estes mesmos clientes passam a fazer indicações e a atividade passa a ser mais constante e rentável.

  

Blog UNICURITIBA Fala Direito: O senhor crê que é possível vislumbrar mudanças no Direito Eleitoral a cada eleição? Acredita que as eleições de 2020 estão tendo desdobramentos diferentes das demais?

José: Todas as áreas do Direito vêm sofrendo alterações substanciais, mas o Direito Eleitoral é conhecido por ser uma das áreas mais dinâmicas e com mais mudanças. Cada eleição é única, com regras novas (as chamadas mini reformas) que mudam totalmente as estruturas de campanhas. Há 8 anos (eleição geral de 2012) não se tinha o impacto que a internet tem hoje em dia na formação da opinião do eleitor, de modo que as demandas judiciais migraram substancialmente para fatos que ocorrem no meio virtual e este é apenas um dos exemplos. Antes, o candidato tinha que bater de porta em porta; hoje, a porta pode ser uma conta em alguma rede social. O direito eleitoral tem que estar atento a estas alterações, de modo a permitir que os candidatos disputem com certa igualdade de condição, a chamada “paridade de armas”.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Blog Unicuritiba Fala Direito: Como é o dia a dia do seu trabalho?

José: Esta é a parte que mais gosto na minha profissão. Cada dia é um dia! Tem dias que fico cumprindo prazos e escrevendo teses de algum lugar com internet - podendo ser no escritório, em casa, ou até mesmo na praia. Tem dias que separo para atender clientes, fechar novos contratos, fazer networking, ou tomar um café com algum colega ou possível cliente. Tem os dias de audiências ou sustentações orais perante os Tribunais e tem os dias em que prefiro chegar mais tarde no escritório e me dedicar à uma leitura pessoal, ou a algum esporte (e isso é fundamental para manter a criatividade acesa).

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Em tempos de Pandemia do Covid-19, como está sendo sua rotina? O que mudou?

José: Muitos setores da sociedade civil foram severamente afetados pela COVID-19, tal como o setor cultural, que tiveram suas atividades completamente paralisadas. Em contrapartida, a advocacia, foi uma das áreas menos impactadas com a pandemia, já que o Judiciário não parou e o processo eletrônico permitiu o trabalho remoto de todos os operadores do direito. Na prática, a minha rotina não mudou muito. Eu acabei trocando alguns dias de escritório por home office; as reuniões presenciais por meio eletrônico (o que poupou muito tempo de deslocamento) e mais alguns ajustes de horário que permitiram conciliar as atividades do escritório, com as necessidades da minha família. Para quem tem criança pequena (e eu tenho uma filha de 3 anos e outra recém-nascida), a falta de escola demandou mais tempo em casa, mas no final, acabei ajustando a rotina de trabalho para fazer em 6 horas o que eu fazia em 8h ou mais. A pandemia veio para repensarmos valores e o uso do meu tempo foi  algo que mereceu especial reavaliação neste era de “novo normal”.


Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual foi a sua experiência mais desafiadora no ambiente profissional?

José: A advocacia é feita de batalhas (embora as redes sociais só revelem as que saímos vitoriosos). Algumas menores, outras maiores, mas todas são importantes para a formação e amadurecimento do profissional. Toda campanha é desafiadora e este ano tivemos alguns julgamentos emblemáticos, com duas decisões tomadas por 4x3 dos 7 magistrados que compõem o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. No final, toda eleição acaba sendo desafiadora, pois, nos municípios menores, a disputa costuma ser mais passional entre os candidatos; nas cidades maiores, o volume de informação, de processos, o alto custo das campanhas e as pessoas envolvidas, acabam tornando a advocacia eleitoral igualmente desafiadora.


Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Direito que mais o ajudam na sua profissão atual?

José: Eu costumo dizer que se você sabe as regras do jogo, o campo pode mudar, o clima pode ser diferente, os jogadores podem ser outros, mas a “partida acontece”. Sempre gostei de processo civil e de matérias mais práticas e este conhecimento, adquirido na Faculdade, me ajudou a entender a “regra do jogo” e a perceber como funciona o processo de maneira geral. Com isso, pude me adaptar mais facilmente ao processo no Direito Eleitoral e em outras áreas que não tive tanto contato na Faculdade (como processos administrativos perante o Tribunal de Contas). Infelizmente, algumas coisas como: relacionamento com cliente; a inteligência emocional para lidar com os altos e baixos da carreira; cobrar honorários adequados, entre outras aptidões, só mesmo vivenciando a advocacia e com alguns anos de atuação.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual a lembrança mais marcante do período de faculdade de Direito?

José: . Eu tenho inúmeras lembranças adoráveis do meu período de faculdade. Fui um acadêmico feliz e que vestia a camisa da UniCuritiba. Comecei na sede antiga. Admirava a união entre todos os acadêmicos do primeiro ao quinto ano. Os professores também eram bastante integrados com os alunos. Parecia que os mais velhos “cuidavam” dos mais novos, numa espécie de mentoria, e os mais novos nutriam uma admiração pelos veteranos que gerava um círculo muito benéfico à formação acadêmica. Aprendi a jogar pebolim (totó) no centro acadêmico; a tocar “surdão” nos jogos jurídicos, a discutir política nos intervalos e a observar a oratória dos veteranos. Estudei com afinco, mas também participei de inúmeras festas (quantos “churras de calouros”, trotes do bem, dia do pendura, jogos jurídicos e outros encontros). Fiz grandes amigos, me apaixonei e extraí o que foi possível da Faculdade.

Para citar uma lembrança, em um dos “jogos jurídicos”, as festas foram canceladas devido à uma briga entre a torcida da Curitiba com a da PUC (a rixa era grande naquela época). Sem programação oficial, nos juntamos em 3 pessoas e passamos a ligar em quartos aleatórios do hotel (inteiramente ocupado pela nossa delegação) e a anunciar que no “quarto 32” aconteceria uma festa épica, somente para convidados VIPs. Era para ser um trote, mas na falta de opção e devido à nossa lábia ao telefone, pouco a pouco os “convidados” foram surgindo e o quarto superlotou. Com gente no corredor, querendo entrar, começou a haver briga para acessar o “camarote vip”. Um veterano, sacana, passou a cobrar valores de entrada e alguns desavisados quiseram pagar o convite. Foi inusitado e divertido. Uma “verdadeira Fake News”.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais são os seus planos para o futuro?

José: A tecnologia tem mudado muito a forma de atuar. Há quem diga que a inteligência artificial virá para substituir parte dos operadores do Direito e que o direito virará um “copia e cola sem fim”. Prefiro acreditar que a demanda por trabalhos específicos, feitos sob medida, por profissionais especializados, por gente que olha nos olhos e entende o sentimento do cliente, sempre vai existir. Você pode comprar um terno feito em grande escala, mas não é como vestir um traje que lhe foi feito sob medida. Meu plano para o futuro é conseguir permanecer prestando este serviço jurídico “sob medida”.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual seria sua dica para aqueles que desejam seguir carreira neste universo do Direito?

José: Se você gosta de política e de Direito Eleitoral, procure se aproximar de profissionais que trabalham com isso. Só no Paraná, existem 399 Municípios, com 399 Câmaras de Vereadores (todas com no mínimo 9 vereadores). Considerando a quantidade de candidatos, de 2 em 2 anos, surgem novas oportunidades de atuação. O perfil do político também está mudando bastante. A lei da ficha-limpa reciclou a política e tem muita “gente do bem” precisando de assessoria em suas campanhas. Ah, claro, estude muito, mas isto não chega a ser uma dica. É pressuposto para qualquer área.

 

 

Continue lendo ››

01/09/2020

Por Onde Anda: Clarissa Werner Linhares, Procuradora do Município de Curitiba

Por Helem Keiko Morimoto

 

A Ex-aluna cedeu uma entrevista para o Blog UNICURITIBA Fala Direito. Confira:

Nome Completo: Clarissa Werner Linhares.

Ano de ingresso no curso de Direito: 2000.

Ano de conclusão do Curso de Direito: 2004.

Ocupação atual: Procuradora do Município de Curitiba

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.

Clarissa: Durante a faculdade fiz alguns estágios em escritórios e no antigo Tribunal de Alçada. Também fui aprovada no cargo de técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Paraná, onde, no início de 2004, passei a atuar na Corregedoria Geral da Justiça. Logo após, tomei  posse em cargo similar no Tribunal de Alçada, sendo lotada em gabinete. Em seguida, me formei e fiz a Escola da Magistratura do Paraná em 2005.

Posteriormente, houve a extinção do Tribunal de Alçada, cujos membros passaram a integrar o TJ. Nessa época, auxiliei na elaboração de projetos de votos em gabinetes nas áreas cível e criminal, onde permaneci até tomar posse no cargo de Procuradora do Município de Curitiba em maio de 2009.

Na PGM Curitiba atuei na parte consultiva, elaborando pareceres nos núcleos jurídicos da Secretaria Municipal de Obras e da Secretaria Municipal de Administração. Analisava processos administrativos, especialmente na área de licitações e contratos, desde a aprovação dos editais até as prorrogações dos respectivos contratos e eventuais aplicações de penalidades. Por esta razão, procurei me aprofundar nesta matéria, e me especializei em Direito Administrativo no Instituto de Direito Bacellar em 2010. Em 2013, iniciei uma nova etapa na Procuradoria, passando a atuar em processos judiciais, especificamente nas execuções fiscais e processos correlatos à área tributária. Também já tive a oportunidade de ser membro do Conselho Municipal de Contribuintes. Atualmente, permaneço na Procuradoria Fiscal.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual foi a sua experiência mais desafiadora no ambiente profissional?

Clarissa: Sem dúvida, quando iniciei na Secretaria Municipal de Obras, pois era um ambiente eminentemente masculino, e eu uma jovem de apenas 26 anos, que precisava conquistar o respeito dos demais servidores e enfrentar a resistência para implantar as mudanças e atualizações necessárias. Na época, o que mais ouvia era: “Mas sempre foi feito assim” e alterar essa mentalidade era um desafio diário. Além disso, eu vinha do Tribunal de Justiça, cuja atuação demandava uma postura imparcial, enquanto na Procuradoria passava a desempenhar função, não só de controle da legalidade, mas muitas vezes de defensora de uma das partes.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Direito que mais a ajudam na sua profissão atual?

Clarissa: Já na faculdade procurava me aprofundar nos assuntos que eram cobrados, inclusive com pesquisa jurisprudencial. Buscava a essência e a lógica dos institutos, fazendo uma análise crítica. Hoje esta base me auxilia na busca pela elaboração de petições e pareceres de forma fundamentada e clara.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual a lembrança mais marcante do período de faculdade de Direito?

Clarissa: Tive a oportunidade de fazer algumas amizades sinceras que trago até hoje. Sempre que precisamos um ajuda o outro nas questões profissionais. Minha turma foi a primeira do curso de Direito a se formar na sede atual da Unicuritiba. Passamos 09 semestres na antiga sede. No último período, os formandos da noite organizaram os “Pagodécimos”, que aconteciam em locais próximos à faculdade, geralmente, mais de uma vez por semana, com participação não só dos formandos, mas de alunos de vários períodos e cursos, o que oportunizava contato com mais pessoas. Nos “Pagodécimos” também homenageávamos os professores escolhidos.

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais são os seus planos para o futuro?

Clarissa: Sempre me dediquei bastante à construção e alcance dos meus objetivos profissionais. Hoje estou bem na PGM. É uma boa carreira pública e que também possibilita advogar, desde que não seja contra o Município de Curitiba. No momento estou mais focada em planos pessoais, na minha família. Estou com uma filha de 6 meses e quero me dedicar ao seu desenvolvimento, em passar bons valores e dar um bom futuro para ela no que estiver ao meu alcance. Mas o Direito é uma área que exige estudo e atualização constantes. Então, futuramente, retomarei cursos, congressos e penso em me aprofundar mais na área tributária, em que já venho atuando. 

 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Deixe um conselho para os nossos alunos.

Clarissa: Procurem aproveitar ao máximo a faculdade. Aprofundar os conhecimentos dados em aula pra formar uma base sólida é essencial para não ser tão difícil o início da carreira, seja advogando ou estudando pra concurso. Percebo que o caminho fica mais longo para quem não formou essa base na faculdade.

Fazer estágios em várias áreas ajuda muito a saber do que realmente gosta, a não parecer tudo tão abstrato e a criar uma rede de relacionamentos profissionais.

Aproveitem também as festas da faculdade e para fazer amizades porque depois as responsabilidades e cobranças profissionais e pessoais aumentam e as prioridades passam a ser outras. 


Continue lendo ››

06/06/2020

Por Onde Anda: Eder Sivers, Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.










O Desembargador Eder Sivers é oriundo do Ministério Público do Trabalho (12ª Região – SC). Graduou-se pela Faculdade de Direito de Curitiba, local em que foi monitor da disciplina de Direito do Trabalho e coordenador de estágios externos.

O Ex-aluno cedeu uma entrevista para o Blog UNICURITIBA Fala Direito. Confira:



Nome Completo: Eder Sivers.

Ano de ingresso no curso de Direito: Turma do segundo semestre de 1985.

Ano de conclusão do Curso de Direito: 5 de julho de 1991.

Ocupação atual: Desembargador do Trabalho do TRT da 15 Região.





Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.



Eder: Tendo feito o Curso Técnico de Mecânica no antigo Cefet-PR, o caminho natural que segui foi entrar, no curso de Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia de Joinville/SC, em 1984, mudando depois para o curso de Física na Federal do Paraná, em 1995, enquanto aguardava o início das aulas de Direito na FDC, antiga Curitiba. 

Já no primeiro dia de aula na Curitiba, encontrei o que seria minha vocação, trancando minha matrícula na Federal...rsrs.

Nesse meio tempo, ainda em 1986, acabei entrando na Escola de Oficiais da Gloriosa PMPR, do Guatupê, o que me obrigou a atrasar o curso de Direito em um ano por conta do Regime Militar de “arranchamento”, que na expressão militar correspondia a uma espécie de internato. 

No entanto, tive que optar entre a carreira militar e o Direito, tendo esse último vencido minhas paixões. 

No curso da Faculdade, consegui o primeiro estágio através do então Diretor, Dr. Werner Rocha, na empresa Berneck que ele assessorava. Na sequência, fui trabalhar como consultor trabalhista e previdenciário na empresa Mapa Fiscal, do grupo IOB. Ainda, fui monitor de Direito do Trabalho na Curitiba e, depois de formado fui contratado para atuar na Coordenação dos Estágios Externos. Pedindo demissão para “aprender” a advogar, fui trabalhar com a Dra. Alaisis Ferreira Lopes, uma das Decanas da FDC. 

Deixei a Faculdade e o escritório para Coordenar a assessoria jurídica do Ministério Público de Roraima, de onde também pedi exoneração para ser Procurador do Trabalho, em junho de 1996, tendo atuado em diversas unidades da Federação, para em 2011 ser nomeado Desembargador do Trabalho pelo quinto constitucional do MPT.



Blog UNICURITIBA Fala Direito: Na época da faculdade, o senhor já tinha o objetivo de ser Desembargador? O que te motivou a seguir este caminho?



Eder: Ao entrar na FDC conheci um mundo absolutamente novo e diferente daquele em que vivia. A Magistratura ou o Ministério Público eram sonhos que pareciam impossíveis, mas que no fundo todo estudante de Direito acalenta.

Embora minhas pretensões como advogado fossem outras, por obra do destino entrei para o Direito do Trabalho, ainda sem saber, em meados de 1988, e de lá não sai mais, e já se vão uns 32 anos. O caminho foi natural da advocacia para o MPT e, quando não tinha outra pretensão, a Justiça do Trabalho, onde redescobri minha vocação. Não me vejo fazendo outra coisa, salvo invenções mecânicas, jeeps, motos e triciclos...rsrs.



Blog UNICURITIBA Fala Direito: Como é o dia a dia do seu trabalho como Desembargador do TRT da 15ª Região (Campinas-SP)?



Eder: De certa forma, o Tribunal nos impõe uma rotina bem peculiar, pois os processos nunca param de chegar, e se você não faz a distribuição do dia, amanhã terá o dobro pra dar conta.



É óbvio que diferentemente do MPT à minha época, o Tribunal nos proporciona uma ótima assessoria, tendo levado quase dois anos para ter o Gabinete de hoje.

O trabalho consiste basicamente em você coordenar o Gabinete, de acordo com os seus entendimentos para a elaboração dos votos sob sua relatoria.

O tribunal do porte da 15ª Região, com 55 Desembargador é o segundo maior do Brasil (ainda perdemos para o TRT da 2ª Região, embora ganhemos em número de processos per capita). Obrigatoriamente, participamos de uma Turma e Câmera, uma Sessão Especializada, Órgão Especial, conforme regimento interno e o Tribunal Pleno Judicial e Administrativo.

Já a rotina de Sessões é relativamente fixa, sendo duas ou três da turma (minha Turma - 6 T, funciona em Câmara Única) e conforme a necessidade, em sessão extraordinária. As sessões especializadas e o Pleno funcionam uma vez por mês. Basicamente é isso.



Blog UNICURITIBA Fala Direito: Em tempos de Pandemia do Covid-19, como está sendo sua rotina? O que mudou? Quais as principais dificuldades enfrentadas?



Eder: Na prática a única mudança foi o teletrabalho dos servidores e o nosso, já que no âmbito do TRT 15 praticamente todos os nossos processos são digitais, via PJE.

Com a suspensão das sessões presenciais, estamos fazendo sessões por videoconferência, que vem funcionando, penso eu, a contento. Na minha especializada - SDC - Sessão de Dissídios Coletivos tivemos, inclusive, a participação dos advogados com sustentação oral. Na Turma, teremos a primeira Sessão virtual com os advogados nos próximos dias..., ou não, já que a OAB de SP reclamou no CNJ.



Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual foi a sua experiência mais desafiadora no ambiente profissional?



Eder: Foi ter que pensar como Magistrado depois de mais de 16 anos de MPT. Por outro lado, a experiência no Ministério Público facilitou em muito a adaptação.

Creio que essa é a maior dificuldade, a de compreender a necessidade de trabalhar em colegiado e, óbvio de conhecer a realidade do jurisdicionado regional.



Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Direito que mais o ajudam na sua profissão atual?



Eder: Tudo, simplesmente tudo. Muitas coisas marcam nossa carreira desde a faculdade, como as expressões latinas do saudoso Professor Aluísio Surgik,  a disciplina com as antigas papeletas; a cobrança do Professor Brunetta, sempre exigente na redação. Só citarei estes que não estão mais nesse plano, para não ser injusto com tantos outros mestres que nos deram o privilégio de partilhar seu conhecimento.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual a lembrança mais marcante do período de faculdade de Direito?



Eder: Quando você está no ritmo das aulas nem sempre dá o devido valor às coisas. Mas, apesar da brincadeira que sempre faço com o tema, na primeira semana de aula algum professor disse que a única conta que um advogado precisava saber era a de 10 ou 20%...rsrs, que seriam os honorários.

Não bastasse o gosto pelo Direito, pra quem vinha de um curso de Engenharia e de Física, foram as melhores coisas que ouvi. Nascia um amor que me acompanha até hoje.



Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais são os seus planos para o futuro?



Eder: Continuar exercendo com denodo a atividade jurisdicional de forma célere e mais justa possível. Tenho pelo menos mais 5 anos pela frente, ou até 30, se resistir. Quem sabe daqui a alguns anos abrir espaço para uma nova geração. E claro, continuar mexendo com meus brinquedos, jeeps e moto.



Blog UNICURITIBA Fala Direito: Deixe um conselho para os nossos alunos.



Eder: Estude muito e sempre. Quem entra para o direito é um eterno escravo do estudo. Ninguém pode roubar o seu conhecimento. O reconhecimento e o sucesso financeiro serão apenas consequências dessa dedicação e posso garantir que vale a pena qualquer que seja a sua opção. Como advogado, membro do MP ou magistrado, estude muito e procure ser o melhor possível. Nada substitui a sua competência.
Continue lendo ››

14/05/2020

Por Onde Anda: João Paulo Jamnik Anderson, Professor, Divulgador de Conteúdo Jurídico na Internet e Criador do Curso Jovens Profissionais do Direito.



O Egresso João Paulo Jamnik Anderson criou um curso denominado “Jovens Profissionais do Direito”, cujo objetivo é preparar atores jurídicos que irão trabalhar dentro de uma sociedade modificada pelas novas tecnologias da Informação, tecnologias que transformam e trazem novos modelos de relações entre as pessoas, entre os cidadãos e o Estado, e entre os próprios Estados.

As inscrições já estão abertas!! O curso tem o valor de R$ 200,00 em sua primeira edição, e oferece 5 bolsas de estudo através de seleção. As bolsas são por participação em projetos desenvolvidos durante o curso.

As aulas serão ministradas via plataforma Sympla Streaming.
O Ex-aluno cedeu uma entrevista para o Blog UNICURITIBA Fala Direito. Confira:
 

Nome Completo: João Paulo Jamnik Anderson.
Ano de ingresso no curso de Direito: 2009.
Ano de conclusão do Curso de Direito: 2014.
Ocupação atual: Professor e divulgador de conteúdo jurídico na Internet.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.
João: Antes de ingressar no curso de Direito, me formei em Publicidade. Entrei no curso de Direito com a vontade de fazer concurso público. Durante o curso, estagiei no Tribunal de Justiça e na AGU. Antes, já gostava de Direito Administrativo, e os professores do Unicuritiba me ajudaram a gostar ainda mais. Após formado, fiz estágio de pós-graduação no Ministério Público em Paranaguá, quando fui chamado para ser Assistente de Promotoria. Fiz pós-graduação em Direito Administrativo e estou concluindo Direito Médico, ambos no Unicuritiba. Sempre tive o sonho de me tornar professor e pesquisador, por isso ano passado ingressei em um programa de Mestrado. Este ano iniciei um canal de divulgação científica e jurídica no Instagram e no Facebook, o @direitoerede.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Como é o dia a dia do seu trabalho atual?
João: Este ano resolvi seguir meu sonho de me tornar professor e pesquisador. Por isso, desenvolvo minhas pesquisas e textos em home office já antes da quarentena. Meu dia a dia é composto por ler bastante. Tenho um viés de analisar o Direito fora de seu ambiente estritamente positivo. Assim, minhas leituras englobam ciência política, filosofia, leituras ligadas à Administração de Empresas e epistemologia (ciência da ciência, ou teoria da ciência). No mês passado resolvi pôr em prática minha ideia de divulgar conhecimentos jurídico-científicos pela Internet. Por enquanto, apenas pelo canal de Instagram e Facebook (@direitoerede). Há duas semanas estou programando um curso pela Internet (Jovens Profissionais do Direito), voltado para estudantes e jovens advogados. Os temas que serão propostos englobam uma visão do direito a partir das novas tecnologias da comunicação. Serão abordados o Design Thinking, o Pensamento e Direito Sistêmico, o Marketing Jurídico, Pluralismo Jurídico e a Teoria U. Então, meu dia a dia é composto por muita leitura e preparação de conteúdos.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual foi a sua experiência mais desafiadora no ambiente profissional?
João: Muitas experiências desafiadoras se deram dentro do Ministério Público. A promotoria que eu atuava tinha como competência a área da proteção ao patrimônio público e a proteção à saúde pública. Dentro da proteção ao patrimônio, era muito gratificante atuar de maneira a trazer mais eficiência nos gastos da Administração Pública. Mas o trabalho junto à comunidade quanto à saúde pública era ainda mais legal. Tinha contato direto com as pessoas que vinham bater à porta do Ministério Público em busca de algum tratamento que não estava sendo fornecido. Ainda, o promotor (Leonardo Bussatto) tinha o viés de atuar muito extrajudicialmente, tentando resolver os problemas em contato direto com a Administração Pública. Isto me fez ver como o direito pode ser muito mais do que a mera burocracia dos Fóruns. Me fez ver um direito muito mais humano e pertencente ao povo. O trabalho atual de gerar conteúdo e transmitir através de cursos ou lives também é muito desafiador, e é muito gratificante quando recebo respostas positivas. Também, é um bom ambiente para desenvolver trocas de informações e conhecer pessoas de todo o Brasil.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Direito que mais o ajudam na sua profissão atual?
João: Quanto aos conhecimentos técnicos que transmito, a grande maioria eu devo aos professores do curso do Direito, obviamente. Porém, o curso não prepara alunos para a docência em sua grade comum. Para isso, é necessário recorrer aos grupos de pesquisa. Na minha época os grupos eram escassos e pouco divulgados no Unicuritiba. Hoje, vejo que a estrutura de pesquisa na graduação aumentou muito. São vários grupos de pesquisa. Inclusive, participo de dois grupos de pesquisa do Unicuritiba (da Profª. Edna Torres – Democracia e Novas Tecnologias e da Profª. Sandra Maciel Lima – Direito à saúde). É muito legal ver a participação muito qualificada dos graduandos nesses grupos.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual a lembrança mais marcante do período de faculdade de Direito?
João: Com certeza a cantina e os corredores. Haha. Fiz muitas amizades sinceras dentro do curso. Para mim, há muito heterogeneidade na faculdade, isto é, há pessoas de vários gostos e estilos, com variados pensamentos. A gente acaba sempre convivendo com quem mais se identifica, mas o fato de encontra-los no curso já é muito importante. Os churrascos da Atlética também eram muito bons, um ambiente para conhecer pessoas.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais são os seus planos para o futuro?
João: Meus planos são seguir carreira acadêmica. Após terminar o mestrado, quero ingressar no doutorado, ser um pesquisador não só do Direito, mas participar de pesquisas transdisciplinares.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Como surgiu a ideia de criar o curso Jovens Profissionais do Direito?  
João: Sendo bem sincero, o curso surgiu de uma corrida na praia. Na verdade, acredito que o fato do isolamento social me fez tirar do plano das ideias o canal do Instagram. Sempre tive vontade de criar algo científico na internet, além de dar aulas regulares em faculdades. Talvez eu tenha deixado uma timidez e um medo de rejeição de lado. Após criar o canal, fiz uma enquete nos stories sobre qual o tema que as pessoas gostariam que fossem abordados. Só duas pessoas responderam sendo uma a minha namorada (haha). A outra resposta sugeria o tema do marketing jurídico. Como também sou publicitário, este tema me soou muito interessante. Fiquei com isso na cabeça, pensava em uma live interativa, em que os ouvintes interagissem. Daí apareceu no meu feed um perfil que já tinha abordado o tema (@bethania.adv), da maneira como eu queria abordá-lo. Comecei a conversar com a dona do perfil sobre a realização de uma live, em alguma plataforma de reunião, ainda somente sobre o marketing jurídico. Mas daí fui fazer exercício na praia (moro em Itapoá-SC) e me veio à mente que esta live poderia se tornar na verdade um curso, que abordasse tudo o que venho estudando sobre a atuação dos juristas a partir das novas tecnologias da informação. Montei um projeto em 5 minutos e mandei para a dona daquele perfil que eu vinha conversando. Ela aceitou minha forma de pensar e em cima disso montamos o curso, a ementa das disciplinas, e fomos atrás de outras pessoas que toparam embarcar nessa canoa. Resumindo, a ideia e criar o curso já existia na minha cabeça, eu só ainda não sabia disso. Foi um insight, o sentar na cadeira e tirar tudo que já estava praticamente pronto na minha cabeça, diante dos meus conhecimentos e das minhas angústias.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual o objetivo do curso? Conte-nos um pouco sobre ele.
João: O objetivo do curso é trazer para o debate temas que fogem dos temas abordados nos cursos de Direito, e que remetem ao advento das tecnologias da informação e a mudança na estrutura das relações na sociedade. O Direito ainda está atrelado a uma visão de sociedade baseada em hierarquias. Pelo que tenho estudado, no mestrado e em outros cursos, e até mesmo no grupo de pesquisa Democracia e Novas Tecnologias da professora Edna Torres, as novas tecnologias trouxeram a horizontalização das relações. No Direito, essa transformação tem como sintomas uma maior extrajudicialidade tanto na advocacia, como nos tribunais e na atuação do Ministério Público. Assim, o curso conta com muita base teórica sobre essas mudanças, bem como alguns aspectos práticos. O curso também terá o foco de desenvolver projetos jurídicos-sociais a partir dos temas que serão expostos e debatidos. Por isso, exige a participação ativa de todos. Ainda, buscaremos que o curso envolva pessoas de diversas regiões do Brasil, com perfis diferentes. Acho que isso será muito rico para o conhecimento, e que a Internet é capaz de proporcionar.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quando o curso irá iniciar? Como serão feitas as inscrições? Quem poderá participar?
João: O início do curso será no dia 26 de maio, e as aulas serão todas as terças feiras a noite até o dia 28 de julho. Os encontros durarão entre 2hrs e 2hrs e meia.
As inscrições estão sendo feitas pelo endereço https://forms.gle/v8FdJ2xXob7chRuV7. Será feita uma seleção inicial, pois as vagas são limitadas, porque é um curso interativo, bem como se busca, na seleção, a diversidade de perfil de participantes.
O curso tem como público-alvo os graduandos em Direito, e jovens advogados.
Serão oferecidas bolsas de estudos, atreladas à produção de projetos jurídicos-sociais.
Instagram do curso: @novosprofissionaisdireito

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Deixe um conselho para os nossos alunos.
João: O conselho que dou aos alunos é aproveitar bastante as oportunidades da faculdade. Oportunidade de amizades e de pesquisas. Os professores são pessoas que se dedicaram muito para chegar até lecionar no Unicuritiba. Portanto, são preparados e apaixonados por ensinar. Aproveitem as oportunidades de conviver com eles, levarem sugestões e desafios. Tenho certeza que eles irão adorar. Um bom conselho é deixar de lado os preconceitos e descobrir muito com os diferentes. A biblioteca também é muito boa, e um conselho é buscar livros de assuntos diversos das doutrinas e dos livros indicados pelos autores. Outro conselho é tomar a sopa da Monicrazy, porque é difícil encontrar outra melhor fora da faculdade, hahaha.

E aí, ficou interessado pelo Curso? Corra para fazer a inscrição que ainda dá tempo!!

Continue lendo ››

28/10/2019

Por Onde Anda: André Cesar de Mello, Escritor, Advogado e Professor de Direito Empresarial e Tributário








Nome Completo: André Cesar de Mello
Ano de ingresso no curso de Direito: 2013.
Ano de conclusão do Curso de Direito: 2017.
Ocupação atual: Advogado e professor na área de Direito Empresarial e Tributário, bem como escritor.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.

André: Minha trajetória profissional começou na faculdade quando iniciei as atividades em diversos estágios. Trabalhei no setor de Digitalização do TJPR, assim como nos gabinetes do Desembargador Athos Pereira Jorge Junior e Juíza de Direito Patricia de Almeida Gomes Bergonse, com o foco voltado para o Direito Civil e Tributário. Depois trabalhei em um escritório de advocacia societário, passando para o escritório de advocacia Gusso & Morêz. Logo em seguida, finalmente, ingressei na Planisul, onde atualmente advogo, escritório esse voltado para o Direito Empresarial e Tributário. Além disso, a minha vida profissional é baseada na academia e nos estudos. Iniciei a carreira como escritor de artigos e livros ainda na faculdade, quando funcionava como monitor da professora Adriana Martins Silva. Naquele momento comecei a ministrar as primeiras aulas de Direito Civil (Sucessões, Contratos, Obrigações e Família). Isso apenas se aflorou com o término da faculdade, momento em que comecei a realizar a pós-graduação. Neste momento, atuo como advogado, escritor e professor.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Direito que mais o ajudam em sua vida profissional?

André: Inúmeras aptidões foram adquiridas durante o curso ou por conta dele. Características como obstinação, perseverança, interesse pela pesquisa, objetividade, autorresponsabilidade, positividade, foco em soluções (e não problemas) foram criadas/desenvolvidas exclusivamente pela faculdade ou por conta dela. 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Como é o dia a dia do seu trabalho atual?

André: A minha advocacia é baseada muito em negociação. Por isso, eu viajo inúmeras vezes e muitas coisas ocorrem ao mesmo tempo (o que é muito normal hoje em dia). Por isso, a rotina ou o dia a dia é bem volúvel e variável. Quer dizer: em uma hora eu posso estar no escritório em uma reunião e, logo em seguida, poderei viajar para outra cidade do estado ou fora dele. Em dias normais, a advocacia exige e recomenda um trabalho com horário mínimo de 8 horas, mas normalmente, para quem ama essa profissão, o horário de trabalho é ultrapassado. Por vezes é necessário trabalhar nos finais de semana, seja elaborando contratos, seja elaborando peças, seja realizando reuniões. O importante é manter a organização pessoal e profissional. Para isso recomendo desde logo a leitura do livro "A Arte de Fazer Acontecer" de David Allen. Muito bom e dará ao leitor uma praticidade e controle da vida e profissão incríveis. Recomendo muito 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Participou e ainda participa de quais grupos de pesquisa no Unicuritiba?

André: Desde os 5º período da faculdade participei de grupos de pesquisa no UniCuritiba. A veia acadêmica sempre esteve correndo em meus pulsos e coração. Após a graduação isso aflorou mais, até porque é muito fácil se distanciar da academia após a graduação. Eu, ciente disso, forcei aproximar-me ainda mais da pesquisa. Por isso, é importante se manter sempre vinculado à vida acadêmica (claro, se esse for seu objetivo). Atualmente participo do grupo de pesquisa "Temas Contemporâneos de Direito de Família", capitaneado pela professora Adriana Martins Silva, além de outros grupos em outras instituições.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais são os seus planos para o futuro?

André: Penso que os planos estão muito além da vida profissional e/ou acadêmica. Esses dois elementos estão baseados em outro muito mais importante: o Ser. Possuo alguns planos bem claros. O primeiro e mais importante é encontrar o meu próprio Ser por meio da meditação e reflexão. É a partir deste caminho que conseguiremos o êxito pessoal/profissional.  O segundo é em relação à saúde: correr 4 vezes (ou mais) por semana por toda a vida. O plano profissional está ligado à advocacia e demais projetos correlacionados. Na academia o projeto é lecionar e escrever livros acadêmicos, como está ocorrendo.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Deixe um conselho para os nossos alunos.

André: Precisamos de objetividade e, com base nisso, serei muito claro. Uma característica que mudou toda a minha vida, tanto na academia, quanto na vida pessoal, é a autorresponsabilidade. Isso significa que você tem na vida tudo o que merece: nem mais, nem menos. Tudo que está em seu alcance (ou seja: pode ser alterado de alguma forma por você) é de sua responsabilidade e incumbe a você, e só você, mudar isso. Existem causas e efeitos. Muitas causas podem ser alteradas por nós para que, com isso, mudemos os efeitos. Albert Einstein disse brilhantemente que: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Os nossos leitores podem se questionar: mas em que eu aplico isso, André? Pensemos na seguinte hipótese. Os alunos do UniCuritiba têm provas todo ano/semestre. As provas têm o único condão de comprovar e demonstrar que os conhecimentos/informações transmitidas pelos professores foram compreendidas e assimiladas pelos alunos. Para isso, você precisa se empenhar nas aulas, no estudo diário, na curiosidade pelo tema que é objeto de estudo, realizando questionamentos e buscando respostas.. Principalmente você deve ter uma rotina de estudo DIÁRIA. Sobre isso, quem precisar de ajuda terei o maior prazer em auxiliar. Quando chegar o momento da prova, você deverá estar pronto para o teste. Se chegar o momento da prova e você não entender nada ou pouco, recebendo uma nota baixa/mediana, o único responsável não é o professor que aplicou uma prova errada/complicada; não é o seu dia que não está bom. O único responsável é somente você. Assuma essa responsabilidade (na vida estudantil e em toda a sua vida) e a sua vida mudará completamente. Isso lhe dará liberdade. A autorresponsabilidade é um ponto de partida que te levará para outros habitos saudáveis. Por exemplo, ressignificar todos os pontos negativas da vida para positivos; praticar exercícios físicos todos os dias ou minimemente 3 vezes por semana; escutar as pessoas realmente; manter-se organizado; ter o hábito de pensar grande, até porque você é exatamente a medida de seus sonhos; dentre outros.
Se qualquer pessoa que estiver lendo essas palavras tiver curiosidade em aprofundar um pouco mais o estudo nas áreas mencionadas nessa entrevista, terei a maior satisfação em fazê-lo, até porque é com a ajuda mútua e transmissão de conhecimento que nós, cidadãos, pais, mães, filhos, profissionais, eleitores, que conseguiremos mudar nosso país, nossa família, nosso bairro, etc.




Continue lendo ››

24/09/2019

Por Onde Anda: Jorge Guilherme Pacheco, egresso do UNICURITIBA, lançará livro no próximo dia 27

Por Helem Keiko Morimoto


O Egresso Jorge Guilherme Pacheco lançará seu livro no dia 27/09/2019, das 17:30 às 19:00, na Livraria Arte e Letra.

A obra possui como escopo basal a discussão sobre a importância da aplicabilidade efetiva do princípio da cooperação nas causas jus postulandi, com o intento de demonstrar a necessidade de uma efetiva cooperação processual de modo especial nas causas jus postulandi, possibilitando uma efetiva, eficaz e real prestação jurisdicional, bem como o verdadeiro acesso à justiça.
Para tanto, é necessária a análise sobre os temas relativos ao princípio da cooperação e o princípio do jus postulandi, bem como sobre a aplicação efetiva do princípio da cooperação nas causas jus postulandi,  tendo em vista possibilitar uma efetiva prestação jurisdicional, com um real acesso à justiça e desenvolvimento eficaz e efetivo do processo.
Precipuamente, o tema relativo ao princípio da cooperação será exaurido, com a abordagem ao seu conceito e deslinde histórico, posteriormente serão analisados os elementos de sua formação, ou seja, os rudimentos essenciais formadores, sendo, consequentemente, explicitado os deveres dos sujeitos insertos no processo.
Após, é posto à baila o tema concernente ao princípio jus postulandi, havendo a explanação referente à terminologia, conceito e historicidade, posteriormente há a análise sobre o acesso à justiça, bem como a abordagem as causas judicias sujeitas ao jus postulandi. Por fim, há o efetivo esgotamento do tema, sendo realizada a explanação relativa ao princípio da cooperação nas causas jus postulandi, demonstrando e apontando as causas per si, realizando a demonstração nos ritos referentes ao processo de conhecimento, cumprimento de sentença e execução, bem como a relativa à fase recursal.

O Ex-aluno cedeu uma entrevista para o Blog UNICURITIBA Fala Direito. Confira:

Nome Completo: Jorge Guilherme Pacheco.
Ano de ingresso no curso de Direito: 2010.
Ano de conclusão do Curso de Direito: 2015.
Ocupação atual: Advogado.


Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.

Jorge: Ingressei no curso de Direito no 2º semestre de 2010, sempre participando das atividades de extensão e grupos de pesquisa ofertados pelo Unicuritiba, quando pude ter acesso a um dos campos do Direito, o âmbito acadêmico. No início da graduação comecei a estagiar no jurídico de uma empresa antecipadora de condomínio, local em que fui inserido efetivamente na prática forense, especificamente no campo da advocacia. Posteriormente, comecei a estagiar no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná - TJ/PR, especificamente no Gabinete de uma Juíza, com matéria atinente a Turma Recursal e Juizados Especiais, conhecendo um outro lado do ramo jurídico, ficando nessa função até a conclusão do curso de Direito. Concomitante a isso, fui integrante do Diretório Central dos Estudantes do Unicuritiba, exercendo as funções de Secretário-Geral e Vice-Presidente, eleito por duas gestões, oportunidade em que tive contato extremo com o âmbito acadêmico, educacional e político, atuando na defesa dos interesses dos discentes, realizando eventos, promovendo a integração acadêmica como um todo, além de muitas outras diversas atuações. Após a conclusão do curso de Direito ocupei a função de estagiário de pós-graduação no mesmo gabinete, tendo contato mais aprofundado com a matéria afeta a Turma Recursal e Juizados Especiais. Cursei pós-graduação em Processo Civil e Direito Constitucional, ambas na Academia Brasileira de Direito Constitucional – ABDCOnst, local em que desenvolvi mais pesquisas. Fui autor dos resumos “Supremo Tribunal Federal e o Deslustre Social” apresentado no VIII Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do Unicuritiba (SPIC) e “Liberdade de Expressão no Período Eleitoral” apresentado no V Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do Unicuritiba (SPIC), ambos publicados nos anais dos eventos, além disso fui autor do artigo “O atual sistema de score e os direitos fundamentais: a necessidade de equilíbrio entre os interesses do sistema financeiro e as normas de proteção ao consumidor” apresentado no XII Simpósio Nacional de Direito Constitucional, publicado nos anais do evento. Atualmente sou advogado com atuações afetas a profissão e buscando sempre estar inserido na acadêmia. Além disso, fui aprovado em 3 (três) processos seletivos para Juiz Leigo dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJ/PR, sendo que aguardo nomeação.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Qual foi a sua experiência mais desafiadora no ambiente profissional?

Jorge: Acredito que todas as experiências são desafiadoras, cada qual arraiga sua carga de importância e aprendizado, as quais nos moldam como seres e nos fazem ser quem somos. Tendo que escolher uma em específico, acredito que foi escrever um livro, algo que eu nunca tinha imaginado, que me desafiou muito e acredito ser meu maior feito profissional até o momento.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Direito que mais o ajudam em sua vida profissional?

Jorge: Todos, pois, além de eu trabalhar com o Direito, é um curso que abre horizontes para o mundo, pois, está enraizado em tudo na nossa sociedade, particularmente acredito que diversas matérias afetas ao curso deveriam ser obrigatórias para todas as pessoas desde as classes inciais, tendo em vista que trazem conhecimentos de vida e cidadania essenciais aos indivíduos.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre o livro que lançará.

Jorge: O princípio da cooperação e o jus postulandi é um livro fruto da minha pesquisa na pós-graduação em Processo Civil. Com o advento do novo Código de Processo Civil surgiu uma discussão acalorada sobre o teor explícito do artigo 6º do Códex, teor o qual já estava inserto de forma implícita no ordenamento jurídico brasileiro a muito tempo. Verificando essa dissonância sobre o tema, resolvi começar a pesquisa nesse âmbito, atrelando ao tema do jus postulandi, tendo em vista a minha experiência na Turma Recursal. O livro aborda inicialmente uma conceituação sobre o princípio da cooperação e o jus postulandi, inserindo o leitor ao tema, apresentando as dissonâncias existentes bem como curiosidades. Posteriormente, há abordagem efetiva do princípio da cooperação nas causas jus postulandi, demonstrado a necessidade e um olhar atento sobre esse tema em um campo muitas vezes delicado, buscando o almejo pelo acesso à justiça e pela efetiva prestação jurisdicional. É um livro com bastante referencial teórico e com uma pitada de reflexão, buscando instigar o leitor a pensar nas diversas circunstâncias.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: O que despertou sua atenção para falar sobre o princípio da cooperação nas causas jus postulandi?

Jorge: Acredito que a minha experiência atuando por muito tempo na Turma Recursal, quando tive a oportunidade de ter contato efetivo com o jus postulandi, verificando as fragilidades existentes muitas vezes nesse sistema e a necessidade de um olhar mais cuidadoso a todos os integrantes dessa engrenagem que movimenta grande parte e volume da jurisdição. Além disso, o sonho de ver uma jurisdição melhor para todos os envolvidos, com mais humanidade e igualdade em seu sentido material. A princípio pode parecer algo utópico, mas acredito e tenho fé que um dia isso se torne realidade e todos nós possamos ter uma justiça melhor. Salientando que é nossa responsabilidade como operadores do Direito buscar cada vez mais melhorar o ambiente jurídico como um todo, é nosso múnus.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais foram as suas maiores influências para escrever o livro?

Jorge: Escrever esse livro foi uma surpresa que não esperava e nem almejava nesse momento, recebi um convite da editora para transformar minha pesquisa em livro e aceitei a ideia. Acredito que a influência real para escrever esse livro é a busca por uma justiça melhor, o sonho de ver um mundo melhor para todos, no qual a justiça possui um papel preponderante. Escrever um livro como tudo na vida, vem carregado das nossas experiências profissionais, pessoais e de vida como um todo, assim, são inúmeras as influências que me arraigaram em toda minha trajetória de vida, todos os professores e mestres em todos os momentos da vida, o seio familiar, os amigos, os profissionais com quem atuei, as instituições que passei, os orientadores que tive, os livros que estudei, além da minha vivência como um todo. Tenho a certeza que todas as pessoas que passaram pela minha vida e tudo o que fiz e vivi influenciaram na escrita desse livro, com toda certeza.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais são os seus planos para o futuro?

Jorge: Continuar me dedicando ao ramo do Direito, me qualificando cada vez mais e buscando fazer a diferença na sociedade, não somente pensando de forma individualista, mas no todo, tendo em vista fazer valer o múnus que escolhi seguir.

Blog UNICURITIBA Fala Direito:  Deixe um conselho para os nossos alunos.

Jorge:  Poderia deixar vários, mas sendo um, o conselho que eu deixo para os alunos seria o de primeiramente seguir seus sonhos e lutarem sempre, sem cessar para essa realização, buscando a felicidade real. Muitas vezes as coisas da vida não são fáceis, mas não desanimem, com fé, perseverança, vontade, dedicação e ação tudo dará certo no final. Eu tenho um mantra, pensem: “NO FINAL TUDO DARÁ CERTO”, acreditem que dará! Meus votos de felicidade e sucesso aos alunos.

Lembramos, novamente, que o livro será lançado no dia 27/09/2019, das 17:30 às 19:00, na Livraria Arte e Letra, sendo que vocês alunos e professores estão convidados, demais informações no convite anexo.



Continue lendo ››