Por Nicoly Schuster.
Por iniciativa dos professores Dalton José Borba, Roosevelt
Arraes e Luiz Gustavo de Andrade - todos integrantes do corpo docente da
UNICURITIBA -, surgiu o projeto “O bem contagia mais rápido”. A campanha
teve início no dia 19 de março a partir de uma publicação do professor Dalton
Borba e, devido à grande repercussão, passou a ter o apoio do Instituto Mais
Cidadania, do qual fazem parte os mestres Roosevelt Arraes e Luiz Gustavo de
Andrade.
O objetivo da campanha é a arrecadação de alimentos, água
potável e produtos de higiene, principalmente sabão e álcool em gel. Com isso,
seus idealizadores pretendem conseguir itens básicos de higiene e alimentação
para entregar a famílias de comunidades carentes de Curitiba que foram
atingidas de maneira devastadora pela chegada do novo coronavírus.
A principal finalidade do projeto é aliviar as dificuldades
dessas pessoas de baixa renda, que tiveram sua situação econômica agravada por
conta do avanço da Covid-19 em Curitiba. Sabe-se que muitas delas vivem em
comunidades muito pobres e não possuem acesso nem mesmo ao saneamento básico. Elas
dependem quase exclusivamente da renda proveniente de empregos informais - como
reciclagem, venda ambulante etc. -, a qual praticamente deixou de existir com
toda essa crise.
A mãe de uma das famílias que receberam as doações, disse que
antes da pandemia conseguia se manter com o serviço de reciclagem, que ela e
seu filho faziam nas ruas da cidade. Entretanto, devido ao aumento de casos da
Covid-19, ela não se sente mais segura ao realizar a coleta, já que os materiais
podem estar contaminados pelo vírus. Esse era o único meio de obtenção de renda
desta família e sem ele não possuem nenhuma outra forma de obter sustento.
Para o professor Roosevelt Arraes as doações são importantes
pois esses indivíduos sempre foram negligenciados pelas autoridades públicas,
de modo que não lhes resta nada além da solidariedade. Quando perguntado sobre o
valor dessas ações em um momento tão crítico como o gerado pelo coronavírus,
Arraes disse que:
As pessoas devem estar saudáveis e tranquilas. Sem alimento,
isso não é possível. As pessoas mais vulneráveis, estão sem renda,
desamparadas. O poder público as abandonou há muito. Só resta a solidariedade.[1]
Para Ana França, acadêmica do curso de Direito do UNICURITIBA e participante
ativa desse e outros projetos sociais ligados ao Instituto Mais Cidadania, a relevância
das doações para as comunidades reside no fato de que a maioria dos moradores
não tem acesso ao saneamento básico e, em decorrência da pandemia, estão sem nenhuma
fonte de renda. Quando perguntada sobre porque acredita que as ações devam
continuar e qual a importância das doações para as comunidades carentes, França
afirmou que:
É fundamental iniciativas que busquem reduzir os impactos da
pandemia, o momento é de união e solidariedade. As famílias que a ação está
atendendo são compostas por pessoas que vivem em situações de extrema pobreza
em Curitiba, em comunidades precárias (muitas vezes com falta de saneamento
básico). As medidas de prevenção ao coronavírus dependem de acesso à água
potável, ações como essas são fundamentais na falta de atuação eficaz da
prefeitura de Curitiba. Muitas dessas famílias que vivem em situação de
vulnerabilidade social dependem da reciclagem como fonte de renda, moradores relataram
que com a arrecadação de 1kg de caixinha de leite conseguem 0,10 centavos (e no
momento estão sem renda alguma). Precisamos conhecer a realidade e construir
juntos uma sociedade mais justa e igualitária, o bem precisa contagiar mais
rápido que o vírus.[2]
A aluna ainda afirma que a aderência ao projeto foi tamanha que
além de professores, alunos e funcionários do UNICURITIBA, outras associações
aderiram ao movimento. A associação Pio XII contribuiu com 96 cestas básicas e
a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas com 114.
Até agora foram distribuídas cerca de quatro toneladas de
alimentos, água potável e kits de produtos de higiene entre as comunidades da
Vila Leonice, Vila Pantanal, Vila 29 de Outubro e Santa Cruz.
As ações, no entanto, não param por aí. O Instituto Mais
Cidadania ainda realizará mais entregas e por isso precisa do apoio de toda a
comunidade - especialmente dos alunos da instituição - para receber novas
doações. Os itens estão sendo recebidos na Rua Antônio Barbosa Ferraz Junior,
56, Bairro Portão. Para doar, entre em contato pelo telefone (41) 98862-0715.
Para se manter informado sobre as entregas dos itens arrecadados, siga a página
do Instituto no Instagram e curta a página do Facebook.
Faça parte desta corrente de solidariedade!
CONTATOS DO INSTITUTO MAIS CIDADANIA:
Telefone: (41)
98862-0715
REFERÊNCIAS
Imagens cedidas por
Ana França.
Parabéns aos idealizadores e sucesso.
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