No dia 23 de novembro de 2020
ocorreu o lançamento do primeiro livro acadêmico organizado pelo Diretório
Acadêmico Clotário Portugal (DACP). O livro “Perspectivas acadêmicas frente ao cenário
de um novo Paradigma Jurídico” foi organizado pelo diretório através de um
concurso de artigos jurídicos e foi publicado pelo Instituto Memória. Para
adquirir um exemplar você pode acessar o link que deixaremos no final do post[i].
Para falar sobre o processo de
criação do livro entrevistamos as participantes do DACP e organizadoras do
livro Eduarda Beatrice Pelentier, 19 anos, cursando o 4° período do curso de
direito, e Isabel Venturi Biembengut, 22 anos, que está no 10° período, e se
formará nesse semestre.
Além disso, também falamos com duas escritoras que compõe o livro, Amanda do Valle, 19 anos, e Camila Pereira dos Santos, 20 anos, ambas no 4° período do curso de direito. Conjuntamente elas escreveram o capítulo 1 do livro, com um artigo intitulado “Pessoas com deficiência e o ordenamento jurídico brasileiro”.
Confira a entrevista com Eduarda
Beatrice Pelentier
e Isabel Venturi Biembengut:
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UNICURITIBA Fala Direito: Como foi o processo de idealização e organização do
livro?
Isabel: O processo de
idealização do livro surgiu quando eu ainda estava na minha primeira gestão à
frente da Diretoria de Educação do DACP. Após ter em mente fomentar cada dia
mais a pesquisa e a educação, esbocei em 2019 a primeira versão do edital de
concurso de artigos. Acabou que após o decurso do ano, não conseguimos
viabilizar a divulgação do concurso, por falta de recursos práticos para
fazê-lo acontecer. A partir daí, no segundo ano assumindo a pasta da educação
no DACP, acabei por enterrar a ideia, pois parecia que, após tantas tentativas
no ano anterior, eu não tinha condições suficientes para que o livro pudesse
ser viabilizado.
Acabou que no meio deste ano, uma luz no
fim do túnel surgiu em forma de oportunidade e aquele sonho que esteve
enterrado voltou a rondar meus pensamentos. Após entrar em contato com o
Instituto Memória Editora, por meio da brilhante Érika Leahy, contei-lhe sobre
o projeto e sobre como seria efetivo para que os acadêmicos fossem incentivados
para a área de produção científica. A Érika achou a finalidade incrível e a
partir daí me colocou em contato direto com o Editor Anthony Leahy, a quem devo
toda gratidão do mundo por topar e acreditar que uma turma de gente entre 18 e
25 anos seria capaz de organizar, divulgar, e viabilizar todo o concurso!
Desde então, após o apoio dado pelo
Anthony, a Eduarda Pelentier, o Matheus Kalinke e eu pusemos a mão na massa. É
com o coração cheio de felicidade que encerro o último ano de faculdade abrindo
uma pequena porta para os acadêmicos e futuros acadêmicos de direito. Está foi
só a primeira edição, a intenção é perpetrar o livro pela história do DACP,
como exato sinônimo do que um centro acadêmico é: representantes dos alunos.
Este livro será eternamente acadêmico. Ao longo dos anos, seus inúmeros organizadores irão se formar e nada além da saudade vai ficar. Mas o livro representa o espírito do Diretório Acadêmico Clotário Portugal, independentemente das pessoas que compõem sua gestão: um eterno acadêmico, com tamanha sede de conhecimento que jamais se contenta.
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UNICURITIBA Fala Direito: Qual é a importância de projetos como esse na
graduação/meio acadêmico?
Eduarda: Não podemos
limitar a graduação ao que nos é exposto em sala de aula. A graduação é lugar
de explorar o meio acadêmico, e aproveitar todas as oportunidades que lhe são
concedidas; isto inclui os projetos de pesquisa científica.
A pesquisa científica é de extrema
relevância para desbravar cenários não tão observado em sala de aula, é lugar
de mergulhar no conhecimento para que se aprenda e gere conhecimento. A
sociedade necessita de cidadãos que não se baseiam no senso comum e são meros
depositários de informações mas, carece de mentes pensantes que buscam o
conhecimento, se deparam com um problema e descobrem um modo de lidar.
O intuito do Concurso de Artigos Jurídicos do DACP foi este. Fomentar a pesquisa cinética no âmbito acadêmico. Garanto, o esforço é admirável e o melhor: aprendemos muito com tudo isso, principalmente para a futura atuação profissional
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UNICURITIBA Fala Direito: Como se sentem com o resultado final dos artigos
escolhidos?
Eduarda: É impossível não
me debruçar em lágrimas ao perceber que conseguimos fazer dar certo e lembrar
que a Isabel Venturi Biembengut, o Matheus Kalinke e eu, fizemos nosso melhor
para este livro sair. O resultado foi incrível, os artigos são extremamente
qualificados pois a banca julgadora fez um trabalho ímpar. Mas, o que me deixa
mais contente, é ter a benção da minha mentora, a Isabel, para continuação
desse projeto e também para continuidade de toda pauta educacional do DACP.
Tudo se resume a gratidão. Este livro foi gerado com muito apreço. Espero que gostem.
Isabel: Após o resultado final, eu, particularmente sinto o dever cumprido, além de ter deixado a próxima educação em mãos extremamente competentes, as da Eduarda. Não conseguiria finalizar esta edição sem a certeza de que a próxima vai ser melhor. Tenho absoluta certeza de que após este incrível resultado das eleições, o projeto ficará melhor ano que vem pois estará nas mãos dela! Quando se trata de fazer acontecer, não existe pessoa mais competente que eu conheça.
Confira a entrevista com Amanda do Valle e
Camila Pereira dos Santos.
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UNICURITIBA Fala Direito: Como foi o processo de pesquisa e escrita do artigo?
Teve alguma parte que foi uma novidade para vocês?
Amanda: Como Camila e eu
nunca tínhamos feito um artigo, foi um desafio e uma provocação, de sair da
zona de conforto. Primeiro, debatemos sobre qual tema seria objeto da nossa
pesquisa, assim, a Camila propôs de explorar sobre as pessoas com deficiência
no Brasil, pois é um conteúdo que sempre a interessou por conta da sua irmã
Carolina. Logo, aceitei e conseguimos correlacionar o Direito Penal, que tanto
me interessa com a tese principal.
Após isso, pesquisamos como montava a
estrutura do artigo, que confesso, não sabia muito bem como era feito. Por fim,
nos debruçamos no tema, lendo artigos, reportagens, ordenamento jurídico,
palestras, e ouvi a Camila, que sabe muito bem como é a realidade dessas
pessoas.
Para mim, foi uma baita novidade! Sabia o
superficial sobre o assunto, apenas conhecimentos gerais de leis que as
protegem, mas não a fundo. Acredito que buscar sobre a atuação do Ministério
Público e os textos legais foram os que mais abriram minha mente. Cheguei à
conclusão de que, as pessoas com deficiência, possuem uma proteção extensa,
inclusive, de inclusão na sociedade. No entanto, não há a devida concretização
dessas leis.
Camila: O processo de
escrita foi árduo, por conta da falta de sabedoria em lidar com um artigo. Além
do processo de pesquisa ser extremamente difícil, em decorrência da pouca
abordagem sobre o assunto. Mas no fim deu tudo certo!
Confesso que não tive novidades no geral, por viver constantemente a realidade de uma pessoa deficiente, em decorrência de minha Irmã Carolina, que já possui 15 anos, então muitos assuntos chocantes, como falta se inserção nas escolas, mobilidade urbana extremamente defasada, já são temas diários, digamos que costumeiros. No entanto, foi uma experiência incrível, o aprofundamento nas leis e redescobrir o mundo do ordenamento jurídico limpo, é muito bom. Mas uma infelicidade em saber que não é devidamente praticado...
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UNICURITIBA Fala Direito: Como se sentiram ao saber que o artigo de vocês foi
aprovado para compor o livro?
Amanda: Fiquei muito
surpresa! Confesso, que não acreditava na minha capacidade de chegar aonde
chegamos, pois sempre penso que terá alguém melhor que eu, no processo
seletivo. Ao receber o email, mandei mensagem para a Camila, e foi só emoção e
sentimento de dever cumprido.
Me senti mais realizada, ao saber que o
artigo tão rico e com um tema tão necessário, seria publicado no primeiro livro
do Diretório Acadêmico Clotário Portugal. Foi um prazo enorme participar desse
projeto único e enriquecedor para os autores e organizadores.
Camila: O misto de
emoções que eclodiu em meu peito é indescritível, pois o tema é de extrema
importância para mim, por decorrência do fato de eu ter uma irmã que é especial.
Então o sentimento de "é só o começo" foi gigante, a alegria não
cabia no peito!
Ainda mais por conta de nunca ter feito algo parecido antes! Além da gratidão enorme que senti pela minha colega Amanda e pelo DACP, em proporcionarem está oportunidade! Enfim foi incrível a sensação de ver que tudo deu certo!
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UNICURITIBA Fala Direito: Vocês pretendem continuar com a pesquisa no futuro?
Quais temas vocês gostariam de abordar?
Amanda: Sim. Gostei muito
da experiência de pesquisar e do resultado disso. Me senti muito satisfeita e
orgulhosa, em concluir um projeto, que exige tanta dedicação.
Como disse acima, tenho sede de conhecer
mais sobre o Direito Penal e Criminologia. Pretendo, futuramente, ingressar em
um grupo de pesquisa focado nesse tema, me aprofundar e pesquisar sobre.
Camila: Sim, pretendo
continuar e publicar mais sobre o assunto, pois em nosso ordenamento e mundo
acadêmico, não existe extensa discussão sobre, inclusive é bem difícil achar
quem lida e expõe sobre este tema Pessoas com Deficiência. Portanto, quero
poder entender melhor a conjuntura do dia a dia e como o Estado e o Direito
atuam em relação a isso. De modo a conseguir dar voz a essas pessoas, que por
sua vez em grande parte ficam a margem, infelizmente.
Temas são infinitos e variados, mas um
tema específico que eu vivi e gostaria de abordar seria sobre "A inércia
do Estado em decorrência das necessidades diárias das pessoas com
Deficiência". Um tema cujo assunto seria sobre como o Estado assiste estas
pessoas, de que maneira lhe são concebidos o direito a locomoção livre,
prestação de serviço de remédios gratuitos, ou então aparelhos para locomoção e
comodidade dessas pessoas são entregues com gratuidade? Enfim é um tema longo,
e pouco discutido, então terei muito trabalho pela frente!
[i] Link para compra do livro “Perspectivas
acadêmicas frente ao cenário de um novo Paradigma Jurídico”:
http://www.institutomemoria.com.br/detalhes.asp?id=588