15/10/2019

Especial "Dia dos Professores" - O Programa Educacional de Formação Constitucional nas Escolas


Por Rafaella Pacheco



Ao entrar nas salas de aula do UNICURITIBA, logo acima das lousas, veremos uma plaquinha que contém os seguintes dizeres: “Educar para formar pessoas capacitadas e comprometidas com o desenvolvimento social”. Trata-se da missão de nossa instituição de ensino que se materializa em cada aula ministrada, em cada pesquisa, atividade, evento e projeto de extensão realizados.


            As primeiras aulas das disciplinas que vamos cursar no semestre costumam ser inspiradoras, é quando conhecemos nossos professores e temos as impressões iniciais sobre o conteúdo a ser trabalhado. Foi em minha primeira aula de Ciência Política que olhei com atenção a referida placa, com a missão da instituição, enquanto a professora a lia com convicção. Foi em minha primeira aula de Antropologia que me emocionei com uma exposição que promovia a reflexão sobre alteridade e humanidade através da análise de obras de arte. Foi em minha primeira aula de Penal que minha professora alertou sobre o poder da palavra na atuação do profissional do Direito, e que por mais que as aulas fossem um máximo, elas eram o mínimo num processo de aprendizado. Ou seja, a missão de nossa instituição inicia no interior das salas de aula e se intensifica fora dela. E, por mais que minha professora de Penal tenha razão — em que grande parte da dedicação do acadêmico e posterior atuação social e política estejam no além aula — as suas aulas eram, sim, um máximo, fundamentais e grandes motivadoras de estudos e pesquisas no pós aula.


Portanto, nesta data especial, gostaríamos de exaltar o papel destes profissionais que sobem nos tablados do UNICURITIBA todos os dias, e compartilham seus conhecimentos, pesquisas e experiências profissionais que, nós estudantes, levamos para nossas vidas. São profissionais que nos chamam pelo nome; tiram nossas dúvidas nos corredores após as aulas; orientam grupos de pesquisa e extensão; organizam eventos que visam ampliação do debate acadêmico com questões trabalhadas em sala de aula; ministram aulas com paixão que prendem a nossa atenção; e que acreditam e incentivam nosso potencial transformador. 


            Um projeto de extensão muito importante e que dialoga intimamente com a docência, é o programa educacional de Formação Constitucional nas Escolas idealizado e orientado pelo professor Dalton José Borba. Ministrante das aulas de Direito Constitucional há vinte anos no UNICURITIBA, e conhecido por seu discurso crítico e contundente, Borba acredita que a educação aliada à participação cidadã são fundamentais para a resolução dos problemas que enfrentamos política e socialmente. E, foi em suas aulas que os acadêmicos do curso de Direito passaram a se questionar o porquê do conhecimento constitucional não compor a grade curricular básica do ensino médio — afinal, trata-se de uma instrução basilar para uma atuação cidadã consciente. E, desta forma, a partir das reflexões advindas das aulas do professor Dalton e o interesse — e mobilização em participar da coisa pública — dos estudantes, o projeto teve seu início em 2015, possuindo hoje o UNICURITIBA como seu maior parceiro e patrocinador.







            O objetivo deste programa educacional é levar de forma efetiva o conhecimento constitucional às escolas da rede pública, para estudantes de Ensino Médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O grupo de Formação Constitucional nas Escolas é um programa de voluntariado que possui em torno de 80 pessoas atuantes — entre gestor, coordenadores, monitores e voluntários. E ouvimos o professor Dalton contar sobre o grupo e as experiências advindas dele com os olhos brilhando, como um pai que fala com orgulho das conquistas de seu amado filho.


A formação se dá em três encontros por escola em que temas relevantes à vida do estudante são trabalhados. O primeiro encontro inicia-se com a Teoria da Constituição (apresentando o que é uma Constituição; o que são Direitos Fundamentais; e como se dá a Separação dos Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário — nos três entes da federação). No segundo encontro tratam de temas específicos da Constituição que dialogam com a vida em sociedade (como racismo, homofobia, bullying, violência doméstica e drogas, explicando como a lei trata destes temas e quais são seus respectivos os órgãos de proteção). No último encontro, é realizado o Jogo da Eleição, uma atividade desenvolvida em parceria com o Instituto Mais Cidadania, que é utilizado como uma ferramenta pedagógica reflexiva sobre o processo eleitoral e sua dimensão ética. E, como bem pontuado pelo professor Dalton, os alunos passam a olhar, através do jogo, da perspectiva de povo para a perspectiva de candidato sobre as eleições. 


Conversamos também com as estudantes de Direito e Administradoras Gerais do Programa Educacional Formação Constitucional nas Escolas, Ana França e Ana Beatriz Torres Gontijo — que atuam ao lado do Administrador Geral Otávio Augusto e do Professor Dalton. França nos contou que sua motivação em participar do programa se deu pela pauta do grupo e pela proposta de promoção de mudança através da educação, considerada por ela, preciosa a todos.



É nítido o retorno positivo da aplicação do programa educacional na vida dos jovens pela curiosidade que é despertada e demonstrada e pelo interesse em saber mais acerca do que lhes foi dito em sala de aula. Ao longo da conversa, fazemos algumas provocações e eles se incomodam com a atual situação do país ao ponto de quererem fazer algo para mudar as coisas. Para quem é voluntário do programa educacional, nada é mais recompensador que ver os olhinhos dos alunos brilhando ao se darem conta que eles têm o poder de mudar as coisas e que o primeiro passo para isso é ter conhecimento de nossa lei maior. Conhecimento é o poder mais precioso que se tem e um dos gestos mais belos é poder transmiti-lo. Além de somar muita experiência para quem deseja seguir carreira no magistério.[1]



Quanto ao interesse em seguir carreira na docência, França afirmou que este não é um pré-requisito para os interessados em compor o grupo de Formação Constitucional nas Escolas. Mas, particularmente, ela se descobriu apaixonada por esta área através do programa, comprometendo-se com o ensino constitucional para torná-lo um direito assegurado a todos e presente na grade curricular básica do ensino médio. 


É através deste projeto de extensão de incentivo à docência que França, Gontijo, Augusto, monitores e voluntários do programa — todos discentes ou egressos do UNICURITIBA — compartilham seus conhecimentos a respeito de direitos e deveres com estudantes do ensino médio possibilitando que eles se tornem cidadãos políticos conscientes. Este processo de compartilhamento e disseminação de conhecimento é transformador e significativo, como vimos nas palavras de Gontijo e França. Mas, o que gostaríamos de destacar é que tudo isso nasceu de uma semente plantada nas salas de aula do Centro Universitário Curitiba. São nossos professores que as plantam e estimulam nosso crescimento — seja pelo domínio do conteúdo, preocupação com a didática, paixão pelo tema trabalhado, acessibilidade de diálogo, e encorajamento de nossas capacidades — eles são agentes transformadores da sociedade.


Por isso, nesta data especial, destinamos esta matéria a todos os professores, e em especial, aos professores do UNICURITIBA que demonstram seu amor diariamente em sala de aula. Este amor transparece em suas aulas ministradas com qualidade e propriedade de conhecimento que nos estimulam, como alunos e seres humanos, a sermos o melhor que poderíamos ser. E, me permito, como redatora deste texto, finalizá-lo agradecendo a cada professor que tive a oportunidade de ter aula, ser monitora ou orientanda em grupo de pesquisa desta instituição, vocês me fizeram, e fazem, acreditar em meu potencial e a caminhar, cada dia mais, em direção à docência e à pesquisa. Obrigada .









**Caso tenha interesse em participar do Programa Educacional de Formação Constitucional nas Escolas do UNICURITIBA, hoje, dia 15 de outubro, será realizada uma reunião às 17:30 no Veg Veg (Visconde de Nacar, 655). Confirme sua presença no telefone: (41) 99556-8567.



[1] Ana França e Ana Beatriz Torres Gontijo em entrevista ao Blog UNICURITIBA Fala Direito, 2019.

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