28/10/2019

Por Onde Anda: André Cesar de Mello, Escritor, Advogado e Professor de Direito Empresarial e Tributário








Nome Completo: André Cesar de Mello
Ano de ingresso no curso de Direito: 2013.
Ano de conclusão do Curso de Direito: 2017.
Ocupação atual: Advogado e professor na área de Direito Empresarial e Tributário, bem como escritor.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.

André: Minha trajetória profissional começou na faculdade quando iniciei as atividades em diversos estágios. Trabalhei no setor de Digitalização do TJPR, assim como nos gabinetes do Desembargador Athos Pereira Jorge Junior e Juíza de Direito Patricia de Almeida Gomes Bergonse, com o foco voltado para o Direito Civil e Tributário. Depois trabalhei em um escritório de advocacia societário, passando para o escritório de advocacia Gusso & Morêz. Logo em seguida, finalmente, ingressei na Planisul, onde atualmente advogo, escritório esse voltado para o Direito Empresarial e Tributário. Além disso, a minha vida profissional é baseada na academia e nos estudos. Iniciei a carreira como escritor de artigos e livros ainda na faculdade, quando funcionava como monitor da professora Adriana Martins Silva. Naquele momento comecei a ministrar as primeiras aulas de Direito Civil (Sucessões, Contratos, Obrigações e Família). Isso apenas se aflorou com o término da faculdade, momento em que comecei a realizar a pós-graduação. Neste momento, atuo como advogado, escritor e professor.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Direito que mais o ajudam em sua vida profissional?

André: Inúmeras aptidões foram adquiridas durante o curso ou por conta dele. Características como obstinação, perseverança, interesse pela pesquisa, objetividade, autorresponsabilidade, positividade, foco em soluções (e não problemas) foram criadas/desenvolvidas exclusivamente pela faculdade ou por conta dela. 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Como é o dia a dia do seu trabalho atual?

André: A minha advocacia é baseada muito em negociação. Por isso, eu viajo inúmeras vezes e muitas coisas ocorrem ao mesmo tempo (o que é muito normal hoje em dia). Por isso, a rotina ou o dia a dia é bem volúvel e variável. Quer dizer: em uma hora eu posso estar no escritório em uma reunião e, logo em seguida, poderei viajar para outra cidade do estado ou fora dele. Em dias normais, a advocacia exige e recomenda um trabalho com horário mínimo de 8 horas, mas normalmente, para quem ama essa profissão, o horário de trabalho é ultrapassado. Por vezes é necessário trabalhar nos finais de semana, seja elaborando contratos, seja elaborando peças, seja realizando reuniões. O importante é manter a organização pessoal e profissional. Para isso recomendo desde logo a leitura do livro "A Arte de Fazer Acontecer" de David Allen. Muito bom e dará ao leitor uma praticidade e controle da vida e profissão incríveis. Recomendo muito 

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Participou e ainda participa de quais grupos de pesquisa no Unicuritiba?

André: Desde os 5º período da faculdade participei de grupos de pesquisa no UniCuritiba. A veia acadêmica sempre esteve correndo em meus pulsos e coração. Após a graduação isso aflorou mais, até porque é muito fácil se distanciar da academia após a graduação. Eu, ciente disso, forcei aproximar-me ainda mais da pesquisa. Por isso, é importante se manter sempre vinculado à vida acadêmica (claro, se esse for seu objetivo). Atualmente participo do grupo de pesquisa "Temas Contemporâneos de Direito de Família", capitaneado pela professora Adriana Martins Silva, além de outros grupos em outras instituições.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Quais são os seus planos para o futuro?

André: Penso que os planos estão muito além da vida profissional e/ou acadêmica. Esses dois elementos estão baseados em outro muito mais importante: o Ser. Possuo alguns planos bem claros. O primeiro e mais importante é encontrar o meu próprio Ser por meio da meditação e reflexão. É a partir deste caminho que conseguiremos o êxito pessoal/profissional.  O segundo é em relação à saúde: correr 4 vezes (ou mais) por semana por toda a vida. O plano profissional está ligado à advocacia e demais projetos correlacionados. Na academia o projeto é lecionar e escrever livros acadêmicos, como está ocorrendo.

Blog UNICURITIBA Fala Direito: Deixe um conselho para os nossos alunos.

André: Precisamos de objetividade e, com base nisso, serei muito claro. Uma característica que mudou toda a minha vida, tanto na academia, quanto na vida pessoal, é a autorresponsabilidade. Isso significa que você tem na vida tudo o que merece: nem mais, nem menos. Tudo que está em seu alcance (ou seja: pode ser alterado de alguma forma por você) é de sua responsabilidade e incumbe a você, e só você, mudar isso. Existem causas e efeitos. Muitas causas podem ser alteradas por nós para que, com isso, mudemos os efeitos. Albert Einstein disse brilhantemente que: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Os nossos leitores podem se questionar: mas em que eu aplico isso, André? Pensemos na seguinte hipótese. Os alunos do UniCuritiba têm provas todo ano/semestre. As provas têm o único condão de comprovar e demonstrar que os conhecimentos/informações transmitidas pelos professores foram compreendidas e assimiladas pelos alunos. Para isso, você precisa se empenhar nas aulas, no estudo diário, na curiosidade pelo tema que é objeto de estudo, realizando questionamentos e buscando respostas.. Principalmente você deve ter uma rotina de estudo DIÁRIA. Sobre isso, quem precisar de ajuda terei o maior prazer em auxiliar. Quando chegar o momento da prova, você deverá estar pronto para o teste. Se chegar o momento da prova e você não entender nada ou pouco, recebendo uma nota baixa/mediana, o único responsável não é o professor que aplicou uma prova errada/complicada; não é o seu dia que não está bom. O único responsável é somente você. Assuma essa responsabilidade (na vida estudantil e em toda a sua vida) e a sua vida mudará completamente. Isso lhe dará liberdade. A autorresponsabilidade é um ponto de partida que te levará para outros habitos saudáveis. Por exemplo, ressignificar todos os pontos negativas da vida para positivos; praticar exercícios físicos todos os dias ou minimemente 3 vezes por semana; escutar as pessoas realmente; manter-se organizado; ter o hábito de pensar grande, até porque você é exatamente a medida de seus sonhos; dentre outros.
Se qualquer pessoa que estiver lendo essas palavras tiver curiosidade em aprofundar um pouco mais o estudo nas áreas mencionadas nessa entrevista, terei a maior satisfação em fazê-lo, até porque é com a ajuda mútua e transmissão de conhecimento que nós, cidadãos, pais, mães, filhos, profissionais, eleitores, que conseguiremos mudar nosso país, nossa família, nosso bairro, etc.




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15/10/2019

Especial "Dia dos Professores" - O Programa Educacional de Formação Constitucional nas Escolas


Por Rafaella Pacheco



Ao entrar nas salas de aula do UNICURITIBA, logo acima das lousas, veremos uma plaquinha que contém os seguintes dizeres: “Educar para formar pessoas capacitadas e comprometidas com o desenvolvimento social”. Trata-se da missão de nossa instituição de ensino que se materializa em cada aula ministrada, em cada pesquisa, atividade, evento e projeto de extensão realizados.


            As primeiras aulas das disciplinas que vamos cursar no semestre costumam ser inspiradoras, é quando conhecemos nossos professores e temos as impressões iniciais sobre o conteúdo a ser trabalhado. Foi em minha primeira aula de Ciência Política que olhei com atenção a referida placa, com a missão da instituição, enquanto a professora a lia com convicção. Foi em minha primeira aula de Antropologia que me emocionei com uma exposição que promovia a reflexão sobre alteridade e humanidade através da análise de obras de arte. Foi em minha primeira aula de Penal que minha professora alertou sobre o poder da palavra na atuação do profissional do Direito, e que por mais que as aulas fossem um máximo, elas eram o mínimo num processo de aprendizado. Ou seja, a missão de nossa instituição inicia no interior das salas de aula e se intensifica fora dela. E, por mais que minha professora de Penal tenha razão — em que grande parte da dedicação do acadêmico e posterior atuação social e política estejam no além aula — as suas aulas eram, sim, um máximo, fundamentais e grandes motivadoras de estudos e pesquisas no pós aula.


Portanto, nesta data especial, gostaríamos de exaltar o papel destes profissionais que sobem nos tablados do UNICURITIBA todos os dias, e compartilham seus conhecimentos, pesquisas e experiências profissionais que, nós estudantes, levamos para nossas vidas. São profissionais que nos chamam pelo nome; tiram nossas dúvidas nos corredores após as aulas; orientam grupos de pesquisa e extensão; organizam eventos que visam ampliação do debate acadêmico com questões trabalhadas em sala de aula; ministram aulas com paixão que prendem a nossa atenção; e que acreditam e incentivam nosso potencial transformador. 


            Um projeto de extensão muito importante e que dialoga intimamente com a docência, é o programa educacional de Formação Constitucional nas Escolas idealizado e orientado pelo professor Dalton José Borba. Ministrante das aulas de Direito Constitucional há vinte anos no UNICURITIBA, e conhecido por seu discurso crítico e contundente, Borba acredita que a educação aliada à participação cidadã são fundamentais para a resolução dos problemas que enfrentamos política e socialmente. E, foi em suas aulas que os acadêmicos do curso de Direito passaram a se questionar o porquê do conhecimento constitucional não compor a grade curricular básica do ensino médio — afinal, trata-se de uma instrução basilar para uma atuação cidadã consciente. E, desta forma, a partir das reflexões advindas das aulas do professor Dalton e o interesse — e mobilização em participar da coisa pública — dos estudantes, o projeto teve seu início em 2015, possuindo hoje o UNICURITIBA como seu maior parceiro e patrocinador.







            O objetivo deste programa educacional é levar de forma efetiva o conhecimento constitucional às escolas da rede pública, para estudantes de Ensino Médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O grupo de Formação Constitucional nas Escolas é um programa de voluntariado que possui em torno de 80 pessoas atuantes — entre gestor, coordenadores, monitores e voluntários. E ouvimos o professor Dalton contar sobre o grupo e as experiências advindas dele com os olhos brilhando, como um pai que fala com orgulho das conquistas de seu amado filho.


A formação se dá em três encontros por escola em que temas relevantes à vida do estudante são trabalhados. O primeiro encontro inicia-se com a Teoria da Constituição (apresentando o que é uma Constituição; o que são Direitos Fundamentais; e como se dá a Separação dos Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário — nos três entes da federação). No segundo encontro tratam de temas específicos da Constituição que dialogam com a vida em sociedade (como racismo, homofobia, bullying, violência doméstica e drogas, explicando como a lei trata destes temas e quais são seus respectivos os órgãos de proteção). No último encontro, é realizado o Jogo da Eleição, uma atividade desenvolvida em parceria com o Instituto Mais Cidadania, que é utilizado como uma ferramenta pedagógica reflexiva sobre o processo eleitoral e sua dimensão ética. E, como bem pontuado pelo professor Dalton, os alunos passam a olhar, através do jogo, da perspectiva de povo para a perspectiva de candidato sobre as eleições. 


Conversamos também com as estudantes de Direito e Administradoras Gerais do Programa Educacional Formação Constitucional nas Escolas, Ana França e Ana Beatriz Torres Gontijo — que atuam ao lado do Administrador Geral Otávio Augusto e do Professor Dalton. França nos contou que sua motivação em participar do programa se deu pela pauta do grupo e pela proposta de promoção de mudança através da educação, considerada por ela, preciosa a todos.



É nítido o retorno positivo da aplicação do programa educacional na vida dos jovens pela curiosidade que é despertada e demonstrada e pelo interesse em saber mais acerca do que lhes foi dito em sala de aula. Ao longo da conversa, fazemos algumas provocações e eles se incomodam com a atual situação do país ao ponto de quererem fazer algo para mudar as coisas. Para quem é voluntário do programa educacional, nada é mais recompensador que ver os olhinhos dos alunos brilhando ao se darem conta que eles têm o poder de mudar as coisas e que o primeiro passo para isso é ter conhecimento de nossa lei maior. Conhecimento é o poder mais precioso que se tem e um dos gestos mais belos é poder transmiti-lo. Além de somar muita experiência para quem deseja seguir carreira no magistério.[1]



Quanto ao interesse em seguir carreira na docência, França afirmou que este não é um pré-requisito para os interessados em compor o grupo de Formação Constitucional nas Escolas. Mas, particularmente, ela se descobriu apaixonada por esta área através do programa, comprometendo-se com o ensino constitucional para torná-lo um direito assegurado a todos e presente na grade curricular básica do ensino médio. 


É através deste projeto de extensão de incentivo à docência que França, Gontijo, Augusto, monitores e voluntários do programa — todos discentes ou egressos do UNICURITIBA — compartilham seus conhecimentos a respeito de direitos e deveres com estudantes do ensino médio possibilitando que eles se tornem cidadãos políticos conscientes. Este processo de compartilhamento e disseminação de conhecimento é transformador e significativo, como vimos nas palavras de Gontijo e França. Mas, o que gostaríamos de destacar é que tudo isso nasceu de uma semente plantada nas salas de aula do Centro Universitário Curitiba. São nossos professores que as plantam e estimulam nosso crescimento — seja pelo domínio do conteúdo, preocupação com a didática, paixão pelo tema trabalhado, acessibilidade de diálogo, e encorajamento de nossas capacidades — eles são agentes transformadores da sociedade.


Por isso, nesta data especial, destinamos esta matéria a todos os professores, e em especial, aos professores do UNICURITIBA que demonstram seu amor diariamente em sala de aula. Este amor transparece em suas aulas ministradas com qualidade e propriedade de conhecimento que nos estimulam, como alunos e seres humanos, a sermos o melhor que poderíamos ser. E, me permito, como redatora deste texto, finalizá-lo agradecendo a cada professor que tive a oportunidade de ter aula, ser monitora ou orientanda em grupo de pesquisa desta instituição, vocês me fizeram, e fazem, acreditar em meu potencial e a caminhar, cada dia mais, em direção à docência e à pesquisa. Obrigada .









**Caso tenha interesse em participar do Programa Educacional de Formação Constitucional nas Escolas do UNICURITIBA, hoje, dia 15 de outubro, será realizada uma reunião às 17:30 no Veg Veg (Visconde de Nacar, 655). Confirme sua presença no telefone: (41) 99556-8567.



[1] Ana França e Ana Beatriz Torres Gontijo em entrevista ao Blog UNICURITIBA Fala Direito, 2019.
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11/10/2019

Agenda 2030: DIREITO À ÁGUA (ODS 6)





Maria da Glória Colucci[1]

O Planeta clama por mananciais de água limpa, potável e em quantidade suficiente à dessedentação de homens e animais.
Fatores diversos contribuem para a propalada crise hídrica que sobrecarrega regiões do País, causando secas prolongadas, alagamentos e transbordamentos de rios. O desequilíbrio daí decorrente afeta áreas urbanas, colocando em risco a saúde e a vida de populações próximas às encostas de morros ou mesmo nos centros comerciais e financeiros das cidades, acarretando prejuízos a lojistas e moradores.
A população parece acostumada a viver e sofrer com os danos ambientais gerados pela poluição de rios e lagos, contaminados por esgoto e resíduos sólidos lançados à revelia de qualquer respeito ou mínimo cuidado com o meio ambiente.
A começar da falta de saneamento básico e da displicência de muitos habitantes citadinos, há crescente risco de contaminação das fontes e mananciais subterrâneos, degradação do solo e disseminação de doenças, como a leptospirose, a dengue e o zika vírus; devido a esgotos clandestinos, obstrução da rede coletora com dejetos sólidos, além da gordura lançada diretamente nos rios.[2]
No dia 22 de março se comemora o Dia Mundial da Água, cuja razão principal é chamar atenção para a urgente necessidade de proteção das bacias, dos lagos e rios; além dos oceanos e mares.
Quando o art. 225 da Carta da República de 1988 enfatiza a qualidade de vida e o ambiente ecologicamente equilibrado, está consagrando o direito à água potável como um dos elementares componentes da saúde de todos os seres vivos, a começar dos humanos.[3]
Durante longo tempo a natureza social e ambiental do progresso foi ignorada pela sociedade, não se educando as gerações para o fato de que o crescimento econômico deve ser paralelo ao desenvolvimento sustentável dos recursos humanos e naturais; o que se tem denominado de “capital natural”.
O “direito ao desenvolvimento” é erigido à condição de fundamento dos esforços comuns em defesa da natureza, com responsabilidade. Neste contexto, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU, Agenda 2030) incluiram a necessidade de: “Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos “(ODS 6).[4]
Na Declaração do Rio de Janeiro (1992), no Enunciado 15º, se conclamou a todos os povos a procederem com precaução, bem como prevenindo eventuais danos à Natureza. Em apertada síntese comparativa, no referente às águas, se exige redobrada precaução e crescente prevenção.[5]
A precaução deve ser praticada com base na existência de dúvida sobre eventuais prejuízos ao meio ambiente. Assim, no caso da água, são, abertamente, conhecidos de todos os danos da contaminação dos lençóis subterrâneos, das águas fluviais, dos oceanos, rios e mares, decorrentes do uso de agrotóxicos.
Quanto à prevenção se baseia na certeza dos reflexos negativos já conhecidos da falta de saneamento básico.
Assim, dúvida, desconhecimento e desinformação justificam medidas de precaução; ao passo que certeza, conhecimento e informação impõem a prevenção.
Por fim, só há uma certeza: Temos sede!


[1] Advogada. Especialista em Filosofia do Direito (PUC-Pr). Mestre em Direito Público (UFPR). Professora aposentada da UFPr. Professora titular de Teoria do Direito (UNICURITIBA). Orientadora do Grupo de Pesquisas em Biodireito e Bioética (desde 2001) – JUS VITAE – no UNICURITIBA. Membro do Instituto dos Advogados do Paraná (IAP). Membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Membro da Comissão do Pacto Global (OAB-Pr). Membro da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ-Pr). Membro do Movimento Nacional ODS (ONU, Pr). Membro da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia- AVIPAF. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do UNICURITIBA. Escritora e poetisa, com vários prêmios em textos jurídicos e poéticos.
[2] BESSA Jr. Oduvaldo. Ocupação e uso do solo. Vida e Cidadania. Gazeta do Povo, 23 de março de 2011, p.12.
[3] BRASIL. Constituição da República Federativa do. 1988, disponível em www.planalto.gov.br
[4] ONU. “Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, disponível em www.nacoesunidas.org
[5] ONU. Declaração do Rio de Janeiro (ECO 92). Enunciado 15º, disponível em www.onu.org.br
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08/10/2019

Acontece no UNICURITIBA: I Congresso Internacional de Direitos Humanos do UNICURITIBA


            Entre os dias 01 e 03 de outubro, ocorreu em nossa instituição um evento muito especial, o I Congresso Internacional de Direitos Humanos do UNICURITIBA. Este, foi idealizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos no Sistema Interamericano (GEDIH), coordenado pela Professa Doutora Karla Pinhel Ribeiro. O congresso contou com palestrantes, mediados por professores da casa, em doze painéis que trataram de temas relevantes sobre cidadania, meio ambiente e Direitos Humanos. Houve, ainda, a exibição de vinte e três animações da Mostra de Animação e Direitos Humanos; o lançamento do livro Reforma Trabalhista: um necessário olhar feminino; três grupos de trabalho sobre Tecnologia, Meio Ambiente e Diversidade em diálogo com os direitos humanos; e, três oficinas sobre Redes Sociais e Privacidade Digital, Direito Internacional dos Direitos Humanos e Advocacia e Direitos LGBTI.
O I Congresso Internacional de Direitos Humanos permitiu o acesso da academia e da comunidade ao conhecimento de especialistas, pesquisadores e professores, das mais variadas áreas de atuação, que compartilharam suas pesquisas em palestras e oficinas que versaram sobre questões importantes dos direitos humanos dentro da concepção de desenvolvimento sustentável, conforme o tema proposto nesta primeira edição: “Pensando as consequências da Cidadania no Meio Ambiente”.
O evento teve início com a fala de Ricardo Tadeu Marques Fonseca sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Pessoas Idosas, Acessibilidade e Educação e, na sequência, ocorreu a palestra de Marcelo Conrado e Ana Paula Ulandowski Holtz sobre Produção áudio visual, direitos humanos e novas tecnologias. Eloy Fassi Casagrande Junior e Jasafá Moreira da Cunha versaram sobre Direito, tecnologia e meio ambiente, e Sandra Regina Fergutz dos Santos Batista e a professora Heloisa Câmara falaram sobre Intolerância e convivência.
A manhã do dia 02 iniciou com as palavras da psicóloga Carolina de Souza Walger e do professor Luiz Eduardo Gunther, que discorreram sobre a exploração de mão de obra e o trabalho escravo. A acadêmica do curso de Direito, Carolina Demetrio, destacou partes importantes da fala de Walger sobre entendimento de trabalho escravo e condição análoga à escravidão — compreendidos como um trabalho forçado de jornada exaustiva e condições degradantes. A psicóloga comentou, ainda, sobre o ciclo da escravidão moderna, que está intimamente ligado à vulnerabilidade econômica e a exclusão social — como pessoas de baixa renda, desempregados e marginalizados. E, por fim, Walger enfatizou que, este, não é um tema restrito a questões trabalhistas, mas trata-se de violações de direitos humanos e precisa ser combatido pela sociedade, como um todo. O sexto painel teve a presença de Thales B. Mendonça que discorreu sobre o Direito à alimentação. E, no período da noite, o professor e doutor Conor Foley apresentou o painel sobre Human Rights Protection in the Field, seguido do painel sobre Morar com Dignidade com a presença da Defensora Pública Olenka Lins e Silva Martins Rocha e representante da TETO.
No último dia de congresso, Victor Marchezini falou sobre Mudanças Climáticas e Refugiados Ambientais, e André de Carvalho Ramos compôs o painel seguinte sobre Temas contemporâneos de direitos humanos. No início da noite, antecedendo o painel sobre Saúde mental e Direitos Humanos, com os palestrantes Marcelo Kimati e representante da AFECE, ocorreu o décimo primeiro painel que apresentou questões sobre Mulheres no mundo dos negócios, com a fala de Bruna Caixeta e representantes da embaixada da Áustria. A estudante do curso de Direito, Eduarda Beatrice Pelentier, pontuou tópicos da fala de Caixeta que lhe chamaram a atenção e foram considerados por ela essenciais à uma análise coletiva, como: “os princípios de empoderamento das mulheres; como as mulheres podem conciliar a participação do mercado no trabalho com a maternidade; como as próprias mulheres podem se ajudar nas áreas de atuação; como podemos amenizar os efeitos do machismo estrutural; a igualdade de salários entre homens e mulheres; como ter um mundo dos negócios mais justo e igualitário; e como lidar com os desafios psicológicos quando as mulheres enfrentam assédio no trabalho.[1]
            Melissa Paz Sandler, aluna do curso de Direito no UNICURITIBA, participou da oficina de Direito Internacional e sua relação com os direitos humanos, e da oficina de advocacia, referente aos Direitos da Mulher e LGBTQIA+. Para Sandler, a experiência foi extremamente gratificante.

O grupo debateu com profissionais qualificadas de ambas as áreas, com a Bruna Singh, ministrante da conversa sobre direito internacional, e a advogada Mariana Paris, que discursou sobre a advocacia para minorias e conteúdos como: a influência das transnacionais e o trabalho escravo no mundo globalizado; a diferença entre gênero, identidade e orientação sexual; como o órgão estatal pode influenciar diretamente na eficácia da aplicação dos direitos humanos; além de temas relacionados à corte interamericana de direitos do indivíduo; e o poder dos países ditos desenvolvidos sobre aqueles que estão em desenvolvimento.[2]

            Tanto Demetrio, Sandler e Palentier destacaram a importância de eventos como o I Congresso Internacional de Direitos Humanos para o debate e promoção reflexiva de questões fundamentais ao desenvolvimento humano. Melissa enfatizou que o diálogo proporcionado nas oficinas e as discussões apresentadas nas palestras “mantêm uma dinâmica entre os alunos que incentivam a criação de ideias e possíveis soluções para problemáticas atuais, ademais os direitos humanos devem ser a base de qualquer política de estado, sendo protegidos pela constituição nas cláusulas pétreas, que demonstram sua importância para o ser humano”[3]. E, Eduarda complementou, salientando que questões essenciais ao viver estão inseridas nos direitos humanos, como o direito à moradia, saúde, liberdade, educação e igualdade de gênero. E, tais direitos, só são possíveis de serem assegurados pois vivermos em um Estado Democrático de Direito[4].


[1] Eduarda Beatrice Pelentier, estudante do curso de Direito do UNICURITIBA, em entrevista ao UNICURITIBA Fala Direito.
[2] Melissa Paz Sandler, estudante do curso de Direito do UNICURITIBA, em entrevista ao UNICURITIBA Fala Direito.
[3] SANDLER, 2019.
[4] PALENTIER, 2019.

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06/10/2019

Agenda 2030: Youth Action Hub e as ações dos jovens pelo desenvolvimento sustentável










Por Giovanna Maciel



          Sempre postamos aqui no Blog sobre a Agenda 2030 – aquele conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Mas, você sabia que existem jovens curitibanos super engajados em colaborar para a efetiva aplicação mudança global? 

          Trata-se do Youth Action Hub – Brasil, ou YAH-BR, instalado como “projeto piloto brasileiro” na capital paranaense. Atualmente, além do YAH Curitiba, são mais de 30 outros Hubs espalhados pelo mundo como: Equador, República Dominicana, Holanda, Estados Unidos, Namíbia, Austrália, Itália, Japão, Gâmbia, Trinidad e Tobago, Tanzânia, Reino Unido e Nigéria, sem contar com a mais nova sede brasileira, no Rio de Janeiro.

          Em outubro de 2018, jovens de vários países foram selecionados para participar de uma reunião no Fórum da Juventude, em Genebra, na Suíça, onde definiram a criação dos Hubs de Ação Juvenil, tendo como princípio norteador “para a juventude, pela juventude”. Isso porque, conforme a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), criadora do movimento, os jovens podem desempenhar um importante papel na implementação da Agenda 2030, capacitando uns aos outros globalmente e expressando diversos pontos de vista sobre assuntos dentro do mandato da UNCTAD, além de permitir ações locais nas comunidades.

Dentre estes jovens, estava Mateus Falasco, acadêmico de Direito do UNICURITIBA, escolhido para representar a Delegação Brasileira e convidado para coordenar o YAH no Brasil. Porém, no momento, ele fazia um intercâmbio da Universidade de Lisboa, promovido pela parceria entre Universidade e o Centro Universitário Curitiba e, inclusive, pretendia transferir o curso para lá.

          Para o aluno, era uma oportunidade que nunca tinha passado na sua cabeça e, em suas palavras, “mostrou-se como um momento de escolha fatal: voltar ao Brasil e fazer algo pela juventude ou continuar em Lisboa comendo Pastel de Belém?”. 

Bom, Falasco abraçou a oportunidade e, mesmo sem saber se daria conta (por estar em ano de TCC e OAB), juntou suas forças e decidiu dedicar suas energias na iniciativa, seguindo o conselho de Richard Branson (criador do Grupo Virgin), o qual é fiel admirador: “Se alguém te oferece uma oportunidade incrível, mas você não tem certeza de que pode executar, diga sim - e depois aprenda como fazer!”. Assim, segundo ele, se tornou o que sempre havia criticado, um millennial reclamão. 

Finalizado seu intercâmbio e de volta ao lar, o projeto se iniciou em fevereiro deste ano, comportando todos os desafios típicos de um projeto piloto, como o desenvolvimento e a gestão de uma equipe, estruturação interna, criação de estratégias a curto, médio e longo prazo, prospecção de parcerias e engajamento de voluntários. 

[...] além de estar sendo uma experiência ímpar e extremamente gratificante, tem sido uma oportunidade de desenvolvimento interpessoal e profissional que eu nunca imaginaria ser capaz de experimentar, trabalhando, constantemente, habilidades como a de liderança, negociação, oratória e planejamento.  

          Como bem destaca Mateus, atualmente o YAHBR serve como referencial para todos os outros 37 Hubs, estando à frente em diversos aspectos – número de parcerias, projetos, desenvolvimento interno, boas práticas e engajamento jovem. Além disso, já promoveu diversos eventos em Curitiba, como o “Youth Action Day” (YAD) em agosto, e até fora do país, como o “Córdoba Agenda 2030”, em setembro.

Tudo isso, fruto do trabalho árduo de uma família de 30 membros incríveis, tais quais, alguns são egressos do UNICURITIBA, e aqui cabe citar a Naomi Surgita Reis (A.K.A a Maravilhosa Menina dos Resumos), Otávio Augusto e o Ruan DallaVecchia, bem como nossa vice-coordenadora, a Larissa Isadora, apaixonada por lanchos e fundadora de uma iniciativa incrível chamada “Sopão Curitiba”.  

            Não menos audacioso, o próximo grande projeto envolve nada menos do que 700 crianças. Com o objetivo de levar um pouco mais de informação sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a este público, o YAHBR pretende falar para com todas essas crianças, no dia 18/10/19, no projeto denominado de “ODSchool”! Entretanto, para que isso aconteça, será necessária à ajuda da comunidade jovem curitibana, que pode atuar como voluntária neste desafio, contando, inclusive, com capacitação fornecida pelo Hub,  a ser realizada no dia 09 e 10 de outubro.
          De acordo com o jovem de apenas 22 anos, isso é só o começo: 

Temos planos ambiciosos de dominar todo o Brasil e criar um movimento nacional pela sustentabilidade e engajamento jovem, ajudando a desenvolver os nossos futuros líderes e problem solvers que irão contribuir com a construção de um Brasil mais próspero, sustentável e inclusivo.


Não perca essa chance de fazer a diferença!


 

Para saber mais sobre o YAHBR:
Facebook: Youth Action Hub
Instagram: @yah.br <https://www.instagram.com/yah.br/>





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